Brasil cria 244,3 Mil empregos formais em Março, aumento de 25,7%
O Brasil alcançou um marco positivo no mercado de trabalho em março de 2024, criando 244.315 empregos formais, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta terça-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Esse número representa um aumento significativo em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando foram criados 194.372 empregos com carteira assinada, refletindo um crescimento de 25,7%.
O resultado também foi o maior para meses de março desde 2020, quando começa a série histórica do novo Caged. Analistas alertam que não é adequado comparar os números com resultados obtidos em anos anteriores a 2020 devido a uma mudança de metodologia nos cálculos.
Segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, esse crescimento é de grande importância para o país. Marinho destacou que, somente em março deste ano, foram registradas 2,26 milhões de contratações e 2,02 milhões de demissões.
Dos cinco setores de atividades econômicas, quatro apresentaram saldo positivo no mês passado. O setor de serviços liderou o crescimento, com a criação de 148.722 vagas formais, representando 58% do total de empregos formais gerados.
Outros setores também contribuíram para o resultado positivo, como o comércio (37.493 postos), a indústria (35.886) e a construção (28.666). No entanto, o agronegócio registrou um saldo negativo de 6.457 empregos com carteira assinada.
O aumento no setor de serviços, segundo Paula Montagner, subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, está associado principalmente às áreas de saúde e educação, que estão contratando pessoal por jornadas de até 30 horas semanais.
Quanto ao saldo negativo no setor agropecuário, a subsecretária usou a sazonalidade como justificativa, mencionando a “desmobilização de culturas que já cumpriram o seu ciclo”. Os maiores impactos vieram do cultivo de maçã, no Rio Grande do Sul, de soja, no Mato Grosso, e de laranja, em São Paulo. Citou ainda o fim do ciclo da produção de cana-de-açúcar, sobretudo no Nordeste.
O aumento do emprego formal também foi distribuído geograficamente, com saldos positivos em 25 das 27 unidades da federação. O principal aumento foi verificado em São Paulo, com a geração de 76.941 vagas formais (alta de 0,6%), com destaque para o setor de serviços (46.451 postos). Na outra ponta está novamente Alagoas, com retração de 9.589 empregos formais (queda de 2,2%).
No acumulado do primeiro trimestre deste ano, o país registrou a criação de 719.033 postos com carteira assinada, representando um crescimento de 33,9% em relação ao mesmo período de 2023. Esse número é significativo, mas ainda está abaixo do registrado em 2021, durante a pandemia de Covid-19.
Um aspecto importante a destacar é a criação de postos de trabalho para a população jovem, com 363 mil empregos formais para trabalhadores entre 18 e 24 anos e 67 mil para a faixa entre 25 e 29 anos.
Além das projeções econômicas relacionadas ao mercado de trabalho, distante a apresentação dos dados o ministro Luiz Marinho, do Trabalho e Emprego, enfatizou a importância da redução de juros para impulsionar ainda mais a economia: “Fico meio abestalhado, chocado de ver análises na grande imprensa dos chamados especialistas de mercado que, quando há dados positivos no emprego e na renda, na massa salarial, chamam atenção para o risco inflacionário. Acho isso uma aberração econômica, a inflação está sob controle”, afirmou.
Em contrapartida, a ata do último Copom (Comitê de Política Monetária) ressaltou a relevância da evolução do mercado de trabalho para determinar a velocidade com que a inflação atingirá a meta estabelecida pelo Banco Central.
Esses dados refletem não apenas os resultados do mercado de trabalho, mas também as expectativas e desafios enfrentados pela economia brasileira.
Deixe um comentário
Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos obrigatórios são marcados com *