CEO da AliExpress no Brasil ensina como Virou o Jogo e Faturou Alto
No cenário dinâmico do e-commerce, onde a inovação e a eficiência logística são fundamentais, o AliExpress desponta como um dos principais protagonistas. Há 15 anos, a plataforma alcançava a excelência ao trazer produtos direto das fábricas chinesas para o Brasil – uma estratégia de cross border commerce que lhe permitiu se consolidar entre os dez maiores marketplaces do país. Atualmente, o desafio não é apenas oferecer preços competitivos, mas também oferecer agilidade no processo de entrega.

Briza Rocha Bueno é Formada em publicidade, MBA em marketing digital pela FGV e especialização em Harvard. Atua no AliExpress desde 2021
Briza Rocha Bueno, CEO do AliExpress no Brasil há quatro anos, compartilhou os impressionantes avanços logísticos que transformaram a experiência dos consumidores. “No início, os produtos levavam mais de 90 dias para chegar ao país. Hoje, esse prazo foi reduzido para cerca de cinco dias”, revelou a executiva, ressaltando que a evolução da logística foi determinante para a aceitação da plataforma no Brasil.
Desafios e Inovações Logísticas
Durante os primeiros anos de operação, a plataforma enfrentou grandes desafios ligados à logística – um processo que envolvia longos períodos de espera e a complexidade das cadeias de distribuição. Essas dificuldades, segundo Briza, eram obstáculos comuns em mercados internacionais e demandavam uma adaptação contínua. “As pessoas sentiam uma enorme expectativa e até uma alegria especial ao receber o produto que, muitas vezes, só chegava meses após a compra”, relembrou a CEO.
Quatro anos após o início de suas operações, uma virada significativa foi marcada pelo reconhecimento interno: o Brasil tornou-se um dos principais mercados para as empresas asiáticas, impulsionando a participação do cross border commerce. Esse marco ficou evidente em 2017, quando a plataforma já era escolhida por mais de 20 milhões de brasileiros, com uma predominância de compradores recorrentes do AliExpress. Essa consolidação não só validou a estratégia inicial, mas também abriu portas para a integração de vendedores locais.
Integração de Vendedores Brasileiros e Parcerias Estratégicas
Uma das maiores inovações adotadas pelo AliExpress foi o rompimento do padrão global de trabalhar exclusivamente com vendedores instalados na China. Em 2021, a plataforma integrou vendedores brasileiros em sua operação, criando uma rede de apoio voltada para pequenas e médias empresas locais. Essa mudança permitiu ampliar o sortimento de produtos e oferecer itens mais adaptados ao gosto e às necessidades dos consumidores nacionais. “O AliExpress está em 200 países, mas no Brasil o ideal é que o vendedor esteja próximo do comprador para garantir uma melhor experiência de custo-benefício”, explicou Briza.
Além disso, a empresa investiu fortemente no desenvolvimento de parcerias estratégicas. A colaboração com micro e pequenos influenciadores, os chamados AliExperts, fortaleceu a presença da marca nas redes sociais e diversificou o catálogo de produtos. Outra parceria de destaque foi a firmada com o Magalu, que permitiu a revenda mútua de itens selecionados, ampliando o alcance e a competitividade de ambas as plataformas.
Adaptação às Novas Regras e Impacto das Taxas
A adaptação não se limitou à logística e à expansão do marketplace. Com a criação do programa Remessa Conforme e a alteração das taxas, o comportamento dos consumidores também sofreu mudanças. Hoje, o público está mais exigente e seletivo, o que levou as empresas a repensarem suas estratégias para manter os preços acessíveis e garantir a satisfação dos clientes. Briza destaca que “a mudança das taxas provocou uma nova mentalidade: o consumidor passa a questionar qual produto oferece o melhor custo-benefício e a plataforma precisa estar atenta a esse novo perfil de comprador.”
Planejamento Futuro e a Digitalização do Varejo
Com o Brasil figurando entre os cinco principais mercados do AliExpress no mundo, o planejamento para os próximos anos é ambicioso. A estratégia da empresa envolve, primeiramente, a ampliação da digitalização do varejo – um setor que, embora tenha faturado R$ 204 bilhões no último ano, ainda representa apenas 12% do total do varejo nacional. Segundo Briza, “o grande objetivo é transformar o varejo digital em um grande bolo que cresça coletivamente, harmonizando tanto os grandes players quanto os vendedores locais.”
Essa abordagem coletiva é refletida em todas as frentes da operação: desde a oferta de taxas mais baixas para os sellers até a constante busca por otimizações logísticas para reduzir os prazos de entrega. “Nosso foco é estar sempre próximos do cliente, entendendo suas necessidades e garantindo que cada etapa da operação contribua para uma experiência de compra superior”, concluiu a CEO.
A jornada do AliExpress no Brasil exemplifica como a inovação constante e a adaptação às demandas do mercado podem transformar grandes desafios em histórias de sucesso. Com uma logística agora ágil, parcerias estratégicas e um olhar atento tanto para vendedores internacionais quanto locais, a plataforma não apenas consolidou sua posição como referência no e-commerce, mas também sinaliza um futuro promissor para a digitalização do varejo brasileiro. Em um mercado cada vez mais competitivo, a integração de tecnologia e estratégia se mostra essencial para manter a liderança e impulsionar o crescimento contínuo do setor.