A defesa da influenciadora digital Virginia Fonseca afirmou nesta terça-feira (10) que recebeu com “surpresa e espanto” o pedido de indiciamento da empresária no relatório final da CPI das Apostas Esportivas — conhecida como CPI das Bets. A relatora da comissão, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), incluiu o nome de Virginia entre os 16 investigados recomendados para indiciamento por suposta prática de estelionato e publicidade enganosa.

O relatório, que ainda precisa ser votado pelos membros da comissão, aponta que Virginia teria promovido plataformas de apostas com promessas irreais de lucro, utilizando contas de demonstração para simular ganhos financeiros a seus seguidores — o que, segundo o texto, pode configurar manipulação da confiança do público.

Em nota, o advogado Michel Saliba, que representa Virginia, afirmou que a influenciadora atuou dentro da legalidade e da ética, e que não há elementos que justifiquem sua inclusão entre os nomes indicados ao Ministério Público.

“A defesa técnica de Virginia Fonseca recebeu com surpresa e espanto o relatório e voto pelo indiciamento da influenciadora digital. Aguardamos com confiança o discernimento do colegiado da CPI na votação final”, disse Saliba.

A defesa também argumenta que outros influenciadores que participaram das investigações foram poupados do relatório, mesmo tendo vínculos semelhantes com casas de apostas.

A CPI foi criada para investigar a atuação de plataformas de apostas esportivas no Brasil, especialmente diante do crescimento exponencial desse mercado e das denúncias de práticas abusivas. A votação do relatório final está prevista para ocorrer até o dia 14 de junho. Caso aprovado, o documento será encaminhado ao Ministério Público, que decidirá se instaura ações judiciais com base nas recomendações.

Virginia Fonseca, que possui mais de 45 milhões de seguidores nas redes sociais, é uma das maiores influenciadoras do país e nega envolvimento em qualquer esquema fraudulento.