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Alemão, líder do maior assalto a banco da história do Brasil troca o PCC pelo CV

Alemão, líder do maior assalto a banco da história do Brasil troca o PCC pelo CV

Alemão ganhou prestígio entre integrantes do PCC, mas optou por virar conselheiro do CV com aval de Marcinho VP

Conhecido por liderar o roubo de R$ 164,7 milhões do Banco Central de Fortaleza há exatos 20 anos, em agosto de 2005, Antônio Jussivan dos Santos, de anos 58, o Alemão, trocou o Primeiro Comando da Capital (PCC) pelo Comando Vermelho (CV). Atualmente, ele cumpre pena na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR).

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Por ter planejado e liderado a ação, Alemão ganhou à época prestígio entre os comparsas do PCC, com quem realizou outros roubos. A informação sobre a migração dele para o CV consta em relatórios da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), subordinada à Polícia Civil do Ceará, e da Coordenação Geral de Inteligência (CGIN) do Sistema Penitenciário Federal (SPF), divulgadas pelo UOL.

Segundo a documentação, a ida de Alemão para a facção carioca teve o aval de Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, considerado um dos chefes do CV e também preso na Penitenciária Federal de Catanduvas.

Os relatórios indicam que Alemão se tornou-se conselheiro permanente do Comando Vermelho, o maior rival do PCC. Investigações da Polícia Civil cearense mostram que parentes do assaltante receberam dinheiro em contas correntes por meio de depósitos efetuados por integrantes do CV.

Os agentes descobriram que Alemão saiu do PCC e ingressou no CV após a prisão de Maria Júlia Machado de Menezes, conhecida como Maluca, apontada pela Draco do Ceará como a responsável pela contabilidade e pelo controle das finanças do grupo do Rio de Janeiro.

O telefone celular de Maluca foi apreendido e periciado com autorização judicial. Nos dados extraídos, havia mensagens sobre depósitos feitos na conta bancária de Francisca Lindalva de Oliveira, 73, sogra de alemão. Ela é mãe de Rosângela Oliveira Pontes, 52 mulher do assaltante.

O Ministério Público do Ceará denunciou o casal por associação à organização criminosa. A ação penal, porém, foi suspensa porque advogados dos acusados alegaram irregularidade na apreensão do telefone celular de João Vitor dos Santos, ligado à Maria Júlia Machado de Menezes, a Maluca.

João Vitor é companheiro de Francisca Valeska Pereira Monteiro, a Majestade, também apontada como contadora do CV. Ela foi presa em Gramado (RS) em 26 de agosto de 2021 e acabou condenada a 15 anos por organização criminosa em 12 de julho de 2023.

No dia em que Majestade foi presa, João Vitor, o marido dela, tentou destruir o próprio telefone celular. O aparelho foi apreendido e nele havia diversas mensagens para Maluca. A Justiça considerou ilegal a apreensão e por isso anulou todas as provas e suspendeu a ação penal contra Alemão e Rosângela.

20 anos do roubo

O roubo ao Banco Central de Fortaleza completou 20 anos na madrugada de hoje (6). Ao menos 15 réus foram condenados pelo crime. A condenação de Alemão, em primeira instância, em 2008 foi de 49 anos e dois meses. A pena dele acabou reduzida para 35 anos e 10 meses em segunda instância.

Depois do crime, Alemão ficou solto por cerca de três anos. Ele foi preso em fevereiro de 2008 em Taguatinga, no Distrito Federal. Tempos depois foi transferido para São Paulo, onde respondeu a processos por outros assaltos, e passou por prisões dominadas pelo PCC.

No sistema prisional paulista, Alemão era “reverenciado” por integrantes do PCC e tido como o mentor de um dos roubos a banco mais cinematográficos da história do Brasil. Em 2016, ele foi transferido para uma prisão em Pacatuba, na região metropolitana de Fortaleza.

Comparsas do criminoso tentaram resgatá-lo. Alemão chegou a ser baleado quando tentava sair do presídio. Em dezembro de 2017, o assaltante foi transferido para a Penitenciária Federal de Catanduvas, onde está até hoje ao lado de parceiros do CV, segundo a Polícia Civil cearense.

Pedro Moura
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