Acordo de naming rights com casa de apostas gera polêmica e promete investimentos na infraestrutura centenária
O icônico Mercado Central de Belo Horizonte, um dos pontos turísticos mais queridos da capital mineira, surpreendeu a todos ao anunciar uma parceria inovadora durante as comemorações de seu 95º aniversário. A instituição, que recebe em média 1,3 milhão de visitantes mensalmente, firmou um acordo de naming rights com a casa de apostas KTO, gerando tanto expectativas quanto controvérsias.
Detalhes da Parceria
- Duração: 3 anos
- Visibilidade: Marca da KTO ao lado do nome do Mercado Central nas fachadas
- Valor: Não divulgado
Motivações e Benefícios
- Captação de recursos para reformas essenciais
- Modernização da infraestrutura
- Manutenção do patrimônio histórico
“Um mercado desse tamanho, em um prédio da década de 70, é tudo muito caro. Nós acabamos de fazer investimentos nos nossos servidores, em banheiros para PCDs [pessoas com deficiência] e vamos fazer um investimento pesado no telhado” – Ricardo Vasconcelos, diretor presidente do Mercado Central

Tradicional Mercado Central de BH Inova com Parceria Inédita – Folha de São Paulo
Polêmica e Ação Legal
A decisão não foi recebida sem contestações. O advogado Daniel Deslandes protocolou uma ação popular solicitando a suspensão do acordo, argumentando que a parceria desvaloriza um patrimônio cultural de Belo Horizonte.
ARGUMENTOS CONTRA | RESPOSTAS DA ADMINISTRAÇÃO |
---|---|
Desvalorização cultural | Instituição privada, não tombada |
Inadequação do patrocinador | Avaliação criteriosa das propostas |
Possível interferência na gestão | Patrocinador sem poder decisório |
Posicionamento das Autoridades
- Iphan: Nega tombamento federal do local
- Prefeitura de BH: Considera ação entre privados
- Justiça: Processo em trâmite usual após decisão inicial
Perspectivas Futuras
A KTO, em nota, expressou seu compromisso em colaborar com a “manutenção, preservação e modernização” do Mercado Central, visando criar uma conexão duradoura com a comunidade mineira.
Desafios e Oportunidades
- Equilibrar tradição e inovação
- Garantir a preservação da identidade cultural
- Aproveitar os recursos para melhorias estruturais
- Lidar com as questões legais e éticas levantadas
Este caso inédito do Mercado Central de Belo Horizonte levanta importantes discussões sobre a modernização de espaços históricos e as formas de financiamento para sua preservação. Enquanto alguns veem a parceria como uma oportunidade de revitalização, outros temem pela descaracterização de um símbolo cultural. O desenrolar desta história promete moldar o futuro não apenas do Mercado Central, mas possivelmente de outros patrimônios culturais brasileiros.