Eleitores paulistanos acerca do clima tenso que permeia a atual campanha para a Prefeitura de São Paulo
A recente pesquisa Datafolha lança luz sobre a percepção dos eleitores paulistanos acerca do clima tenso que permeia a atual campanha para a Prefeitura de São Paulo. O levantamento revela um cenário preocupante, onde a maioria esmagadora dos votantes desaprova a escalada de hostilidades entre os candidatos.
O Panorama da Pesquisa
O instituto Datafolha conduziu um estudo abrangente, entrevistando 1.610 eleitores na capital paulista entre os dias 24 e 26 de outubro. Os resultados são contundentes:
OPINIÃO SOBRE ATAQUES | PORCENTAGEM DE ELEITORES |
---|---|
Não contribuem para a eleição | 77% |
Contribuem para a eleição | 17% |
Outras respostas | 3% |
Não sabem opinar | 3% |
Metodologia e Confiabilidade
- Amostra: 1.610 eleitores paulistanos
- Período: 24 a 26 de outubro
- Margem de erro: 2 pontos percentuais
- Nível de confiança: 95%
- Registro na Justiça Eleitoral: SP-06090/2024
Incidentes Marcantes da Campanha
A campanha eleitoral em São Paulo tem sido marcada por episódios lamentáveis de agressividade, tanto verbal quanto física:
- 15 de setembro: José Luiz Datena (PSDB) arremessa uma cadeira contra Pablo Marçal (PRTB) em evento da TV Cultura.
- Semana seguinte: No debate do Flow, um assessor de Marçal agride fisicamente o marqueteiro de Ricardo Nunes (MDB).
- 9 de agosto: Primeiro debate na TV Bandeirantes já apresenta clima hostil, com xingamentos e pedidos de direito de resposta.

Datafolha aponta que 77% dos eleitores de São Paulo consideram prejudicial a troca de ofensas e agressões na corrida pela prefeitura – Brasil de Fato
A Estratégia Agressiva e seus Impactos
Pablo Marçal tem se destacado pela adoção de uma postura mais combativa:
- Uso de apelidos pejorativos para adversários
- Ataques frequentes nas redes sociais
- Trocas de ofensas com Ricardo Nunes nos bastidores de debates
Percepção dos Eleitores de Marçal
Curiosamente, os apoiadores de Marçal são os que menos reprovam essa estratégia:
- 33% acreditam que os ataques contribuem para a eleição
- 60% ainda consideram as agressões negativas
- Margem de erro neste grupo: 5 pontos percentuais
Cenário Eleitoral Atual
Apesar da controvérsia, a pesquisa Datafolha indica que a estratégia agressiva pode estar surtindo efeito para Marçal:
- Ricardo Nunes (MDB): 27%
- Guilherme Boulos (PSOL): 25%
- Pablo Marçal (PRTB): 21%
- Tabata Amaral (PSB): 9%
- José Luiz Datena (PSDB): 6%
- Marina Helena: 2%
O Paradoxo da Rejeição
Embora tenha conseguido aumentar suas intenções de voto, Marçal lidera em um quesito preocupante:
- 48% dos eleitores afirmam que não votariam nele “de jeito nenhum”
- Guilherme Boulos aparece em segundo lugar nesse ranking, com 38% de rejeição
Reflexões Finais
A pesquisa Datafolha evidencia um eleitorado paulistano maduro, que anseia por um debate político centrado em propostas e soluções para a cidade. O desafio que se apresenta aos candidatos é claro: como conquistar votos sem recorrer a táticas que, embora possam gerar visibilidade imediata, são amplamente rejeitadas pela maioria dos eleitores?
À medida que a campanha avança, será crucial observar se os candidatos ajustarão suas estratégias para atender a esse anseio por uma política mais propositiva e menos agressiva, conforme demandado pela expressiva maioria dos paulistanos.