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Celulares Superam Geladeiras nos Lares Mais Humildes do Brasil

Celulares Superam Geladeiras nos Lares Mais Humildes do Brasil

Pesquisa do IBGE revela mudanças surpreendentes nos padrões de consumo e acesso à tecnologia

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acaba de divulgar dados que revelam uma transformação significativa no cenário socioeconômico brasileiro. Em uma reviravolta inesperada, a presença de telefones celulares ou fixos superou a de geladeiras nos domicílios de famílias consideradas pobres ou extremamente pobres no país.

Números que Surpreendem

CATEGORIATELEFONE (CELULAR/FIXO)GELADEIRA
População Pobre97,1%96,5%
População Extremamente Pobre94,2%92,9%
População Total98,2%98,5%

Estes números desafiam a percepção tradicional sobre as prioridades de consumo das famílias brasileiras de baixa renda, indicando uma mudança significativa na importância atribuída à comunicação e conectividade.

O Celular como Ferramenta de Sobrevivência

O analista do IBGE, Bruno Perez, destaca o papel crucial do celular na vida cotidiana e profissional das pessoas de baixa renda:

  • Comunicação essencial
  • Busca por oportunidades de emprego
  • Ferramenta de trabalho para autônomos e informais

“Não temos dados sobre isso, mas, às vezes, para contratar um trabalhador rural ou uma diarista, você contrata pelo celular. A pessoa precisa daquilo para conseguir trabalho,” explica Perez.

A Explosão do Acesso à Internet

O estudo também revela um crescimento exponencial no acesso à internet entre as camadas mais pobres da população:

Acesso à Internet (2016 vs 2023)
- Extremamente pobres: 34,7% → 81,8%
- Pobres: 50,7% → 88,7%
- População total: 68,6% → 92,9%

Este aumento dramático no acesso à internet reflete uma democratização digital em curso no país, embora ainda existam disparidades entre os diferentes grupos socioeconômicos.

Outros Bens de Consumo: Um Panorama

O IBGE também analisou a presença de outros itens nos lares brasileiros:

  1. Motocicleta: Distribuição surpreendentemente equilibrada
    • População total: 27,6%
    • População pobre: 27,3%
    • População extremamente pobre: 23,9%
  2. Automóvel: Grandes disparidades
    • População total: 51,4%
    • População pobre: 24,5%
    • População extremamente pobre: 16,3%
  3. Máquina de Lavar: Diferenças significativas
    • População total: 70,8%
    • População pobre: 46%
    • População extremamente pobre: 36%
  4. Microcomputador: Acesso ainda limitado
    • População total: 41%
    • População pobre: 14,8%
    • População extremamente pobre: 11,2%

Redução da Pobreza: Uma Tendência Positiva

O estudo traz boas notícias sobre a redução da pobreza no Brasil:

  • População abaixo da linha de pobreza: 31,6% (2022) → 27,4% (2023)
  • População em extrema pobreza: 5,9% (2022) → 4,4% (2023)

Estes números representam as menores taxas desde o início da série histórica em 2012, indicando um progresso significativo na luta contra a pobreza no país.

Esta pesquisa do IBGE lança luz sobre as mudanças profundas nos padrões de consumo e acesso à tecnologia entre as famílias brasileiras de baixa renda. A prevalência de telefones sobre geladeiras e o aumento expressivo no acesso à internet refletem uma nova realidade onde a conectividade digital se torna cada vez mais essencial, mesmo nos lares mais humildes. Enquanto o país continua a enfrentar desafios socioeconômicos, estes dados oferecem insights valiosos sobre as prioridades e necessidades da população em situação de vulnerabilidade, apontando para a importância crescente da inclusão digital como ferramenta de desenvolvimento social e econômico.

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