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Um Caminho Europeu está Salvando Produtores Brasileiros

Um Caminho Europeu está Salvando Produtores Brasileiros

Vinhos e Azeites Unem Forças na “Toscana Brasileira”

Um passeio pelas vinícolas da charmosa região da Toscana, na Itália, revela um padrão inconfundível: onde há vinhedos, há olivais. Esta é a lógica que predomina nas terras do Mediterrâneo, onde o clima e o solo férteis são perfeitos tanto para uvas quanto para azeitonas. E agora, essa tendência começa a ganhar força no Brasil, desenhando um novo panorama para os produtores locais.

Crescendo no Brasil

A Cave Sabiá, renomada por seus azeites de alta qualidade, está prestes a lançar no mercado nacional seus primeiros espumantes, demonstrando uma evolução rumo à produção de bebidas refinadas. O sucesso não demorou a chegar: um dos rótulos de azeite da marca foi reconhecido como um dos dez melhores do mundo no Evooleum Awards da Espanha. Agora, a promessa é expandir essa excelência para os espumantes, que, embora jovens, já destacam-se pela qualidade promissora.

Produzindo azeites em duas localizações distintas – Santo Antônio do Pinhal (SP) e Encruzilhada do Sul (RS), regiões também tradicionais na produção de vinhos – o projeto liderado por Bob Vieira da Costa e Bia Pereira busca unir essas duas tradições na Serra do Sudeste, com um futuro projeto de vinhedos também na Serra da Mantiqueira.

A A caminhada para o Sul

O Sul do Brasil, em especial Encruzilhada do Sul, é um dos locais prediletos para a produção de vinho, não apenas de espumantes como os da Cave Sabiá, mas de premiados vinhos de outras marcas notáveis, como Chandon e Casa Valduga. Com uma variedade climática favorável, de dias quentes de verão e solos arenosos, essa área oferece as condições ideais para o cultivo de uvas e azeitonas.

Duas Culturas, Um Ciclo

O engenheiro agrônomo Emanuel de Costa, sócio no projeto, explica que o ciclo de maturação de uvas e azeitonas é quase simultâneo, mas com diferenças leves que criam ciclos de colheita perfeitos para a dupla produção. Azeitonas precisam ser processadas rapidamente, enquanto vinhos exigem uma elaboração mais paciente e extensa.

Desenvolvendo um Legado

Outros notáveis nessa fusão de culturas incluem Luiz Eduardo Batalha, cuja produção de azeite e vinhos na Serra do Sudeste agora atua como um pilar na união dessas criações. Com a aquisição da vinícola vizinha, Batalha espera transformar o negócio no principal produtor do Brasil da dupla de produtos.

O Futuro da “Europa Brasileira”

Este casamento produtivo já deu frutos a outros nomes grandes, como a Buenos Wines, de Galvão Bueno, e a Vinícola Guaspari, exemplos concretos de como explorar bem essa convergência em regiões estratégicas. Desde a tradicional RAR Alimentos, que iniciou seus vinhedos timidamente como um empreendimento familiar, até as mais recentes ações de produtores regionais, o Brasil interage com suas terras e traços culturais de maneira a integrar esta tradição secular europeia em seu próprio portfólio.

Com esse cenário vibrante, o Brasil não apenas adota tradições centenárias, mas também se posiciona como um moderno hub dessas duas culturas que têm tanto a oferecer. Essa nova trajetória mostra como o futuro dos vinhos e azeites no país está em constante desenvolvimento, unindo história, tradição e inovação em cada garrafa.

A presença de vinhedos e olivais diz mais do que apenas condições geográficas propícias; ela pinta um quadro da interação humana com a terra, onde produtores criativos e motivados olham para o futuro enquanto honram as tradições do passado. O caminho da Cave Sabiá e outras iniciais pioneiras é um lembrete moderno de que onde há vinho, pode haver azeite – e os consumidores só têm a ganhar com isso.

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