A Polêmica Exclusão de Waldemar Costa Neto e outros “Peixes Grandes”
A exclusão estratégica de vários nomes investigados pela Polícia Federal causou revolta entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que reagiram fortemente à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), acusando-a de ser parte de uma perseguição política. A denúncia, que alega o envolvimento de Bolsonaro em uma tentativa de golpe após as eleições de 2022, gerou um intenso debate no bastidores do cenário político brasileiro.
Repercussão entre Parlamentares
Os parlamentares aliados de Bolsonaro, liderados pelo Deputado Federal Zucco (PL-RS), rapidamente repudiaram a ação da PGR. Em nota, Zucco condenou a denúncia, apontando para a falta de fundamentação jurídica sólida e argumentando que está baseada em interpretações subjetivas sem evidências concretas. Segundo ele, a agilidade da investigação da Polícia Federal e seu encaminhamento ao Supremo Tribunal Federal (STF) coloca em dúvida a imparcialidade e a isenção necessárias para investigações deste porte.
O deputado Sanderson (PL-RS) fez comparações com a Operação Lava Jato, sugerindo uma “combinação” entre o Ministério Público e a Justiça, enquanto a deputada Caroline de Toni (PL-SC) descreveu Bolsonaro como “vítima da ditadura”, acusando que a democracia no país se tornou letra morta.
O deputado Mario Frias (PL-SP) destacou que a denúncia representa um avanço para um “estado de exceção”, onde órgãos do Estado estariam instrumentalizados contra adversários políticos. A denúncia também repercutiu nas redes sociais, com o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), utilizando a hashtag #FechadocomBolsonaro e criticando o que considera sendo uma injustiça e perseguição. De forma semelhante, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o senador Jorge Seif (PL-SC) reforçaram suas críticas ao governo atual, citando uma queda na aprovação de Lula como parte da motivação por trás da ação contra Bolsonaro.
Contexto Judicial e Seleção de Suspeitos
A PGR deixou de fora da denúncia dez pessoas previamente indiciadas pela Polícia Federal, o que gerou questionamentos sobre o processo de seleção. Entre aqueles não incluídos estão Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, e Fernando Cerimedo, influenciador argentino conhecido por suas críticas ao sistema eleitoral brasileiro.
A ausência desses nomes na denúncia oficial levanta dúvidas sobre a abrangência e diretrizes utilizadas pela PGR na condução do caso. A denúncia, que teve origem na investigação conduzida pela Polícia Federal, vem sob forte crítica por parte dos aliados de Bolsonaro, que apontam para supostas falhas procedimentais e uma condução apressada do inquérito. Segundo esses parlamentares, a ausência de garantias fundamentais, como o contraditório e a ampla defesa, evidencia um cenário preocupante, que pode resultar na instrumentalização dos órgãos de justiça para fins políticos. Essa linha de argumentação reforça a ideia de que o caso não seria apenas uma investigação isolada, mas sim parte de um movimento maior de perseguição política. O documento divulgado pela PGR traz uma lista de nomes que, segundo os parlamentares aliados, teria sido selecionada de forma parcial. Entre os indiciados, destaca-se a exclusão de certas figuras controversas, como Valdemar Costa Neto, que, mesmo tendo problemas legais anteriores, não foi incluído na denúncia. Essa decisão fortalece a narrativa de que a ação legal estaria sendo aplicada de forma seletiva, reforçando a ideia de que fatores políticos estariam influenciando as investigações.