A complexidade da guerra na Ucrânia e a resposta do Ocidente foram temas centrais de um debate revelador entre Anne Applebaum, renomada jornalista e autora de “Autocracia S.A.“, e Dmitro Kuleba, ex-ministro das Relações Exteriores da Ucrânia. O encontro, realizado na Feira de Frankfurt, lançou luz sobre as falhas nas estratégias ocidentais e a persistência do conflito.

Principais Pontos do Debate

1. Fim do Conflito: Applebaum argumenta que a guerra só terminará quando a Rússia perceber que continuar lutando não é mais viável.
2. Falhas Ocidentais: Críticas à falta de um plano concreto para a vitória ucraniana e à ineficácia das pressões econômicas contra a Rússia.
3. Relações Internacionais: Discussão sobre a dinâmica entre Rússia, China e países ocidentais.

Erros Estratégicos do Ocidente

Applebaum identificou dois equívocos cruciais na abordagem ocidental:

1. Foco excessivo na resiliência ucraniana sem um plano claro para derrotar a Rússia rapidamente.
2. Pressão econômica insuficiente contra Putin, com sanções facilmente contornáveis.

“Vocês sabiam que a exportação da Europa para o Cazaquistão triplicou desde 2022? Isso não quer dizer que as relações com aquele país de repente ficaram pujantes. Esse comércio acaba na Rússia.” – Anne Applebaum

Especialistas debatem os desafios e falhas na estratégia ocidental para conter a Rússia e apoiar a Ucrânia – Folha de São Paulo

A Perspectiva Ucraniana

Kuleba enfatizou a preocupação de que Putin não se contentará apenas com a Ucrânia, representando uma ameaça mais ampla à Europa. Ele também criticou a relutância ocidental em ver a Rússia como uma ameaça existencial.

Desafios Diplomáticos

O Papel da China

O debate também abordou a complexa relação entre China e Rússia:

• China deseja uma Rússia enfraquecida, mas não derrotada
• Prolongamento do conflito beneficia interesses chineses
• Estratégia de enfraquecer o Ocidente através do apoio à Rússia

Conclusão

O debate destacou a complexidade geopolítica da guerra na Ucrânia e as falhas nas estratégias ocidentais. A falta de pressão econômica efetiva e a ausência de um plano concreto para a vitória ucraniana emergem como pontos críticos. As relações históricas e os interesses divergentes entre as potências mundiais continuam a moldar o curso do conflito, deixando um cenário incerto para o futuro da região e das relações internacionais.