As tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, decretadas pelo ex-presidente Donald Trump no mês passado, entrarão em vigor à meia-noite de 12 de março. O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos, ficando atrás apenas do Canadá, o “não se sabe até quando” maior parceiro comercial americano, mas outros países também serão atingidos por essa política tarifária.

O Velho Jogo do “Morde e Assopra”

A expectativa de novas tarifas surge após Trump ameaçar aumentar para 50% as taxas sobre os metais canadenses, em resposta à decisão da província Canadense de Ontário de aplicar uma sobretaxa de 25% sobre a eletricidade exportada para os estados americanos. Estamos falando de 12 bilhões de kWh para os estados americanos de Minnesota, Nova York e Michigan. Essa ameaça gerou um significativo alvoroço nos mercados financeiros, afetando o desempenho das ações das principais indústrias norte-americanas, afinal o aço compõe a maioria das ligas metálicas usadas hoje e sua escassez pode “disparar” muitos preços. Se até o prego vai ficar mais caro…tudo fica mais caro. Motores e peças vão deixar o quilômetro rodado do frete mais caro e…tudo fica mais caro.

No entanto, em um passo significativo rumo à desescalada das tensões, o primeiro-ministro de Ontário, Doug Ford, e o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, anunciaram que Ontário havia decidido suspender a mencionada sobretaxa. Essa decisão abriu espaço para negociações mais calmas, com Ford afirmando que era hora de “baixar a temperatura” e que isso representava a “decisão mais sensata no momento”.

Movimentações Diplomáticas

Para o Brasil, a imposição das tarifas representa um desafio considerável ao setor exportador. As empresas brasileiras de aço e alumínio terão que explorar novas estratégias para minimizar os impactos econômicos dessa medida, que podem variar desde negociações diplomáticas até a busca por novos mercados consumidores fora do eixo norte-americano. A empresa brasileria GERDAU possui diversas fábricas de beneficiamento de aço e alumínio nos Estados Unidos e isso pode acabar facilitando o destino do aço, visto que mesmo com o aumento a empresa vai deixar parte de suas reservas brasileiras para abastecer suas próprias demandas nos EUA.

O porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, reiterou em comunicado que as tarifas entrariam em vigor sem exceções ou isenções, refletindo a linha dura de Trump política comercial internacional. Esse ambiente volátil que cerca a política tarifária de Trump já havia sido caracterizado por sua imprevisibilidade, sendo frequentemente marcada por atrasos, isenções e reviravoltas do tipo “mudei de ideia”.

Nesta paisagem turbulenta, a complexidade das negociações comerciais continua a ser um fator central. O encontro agendado entre Ford e Lutnick em Washington na quinta-feira será fundamental para discutir soluções viáveis e evitar uma escalada nas tarifas, que poderiam prejudicar ainda mais as relações econômicas entre os EUA e o Canadá.

O episódio reflete a estratégia habitual de Trump de intimidar “tudo e todos” com ameaças amplas e depois recuar em troca de concessões, uma tática que tem moldado sua política tarifária e sua administração.

No Brasil o presidente Lula mandou um “recado” para Donald Trump: Não Tenho Medo de Cara Feia!(Clique e Leia a Reportagem)