Em apenas um ano, a área de extração ilegal de madeira cresceu 19%
O Avanço da Ilegalidade na Floresta
Dados recentes do Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex) revelam um cenário preocupante para a Amazônia brasileira. Em apenas um ano, a área de extração ilegal de madeira cresceu 19%, passando de 106 mil hectares para 126 mil hectares.
Panorama da Exploração Madeireira na Amazônia
PERÍODO | ÁREA DE EXTRAÇÃO ILEGAL | ÁREA TOTAL EXPLORADA |
---|---|---|
2021-2022 | 106.000 hectares | 366.000 hectares |
2022-2023 | 126.000 hectares | 366.000 hectares |
Desvendando o Desmatamento Invisível
Leonardo Sobral, do Imaflora, explica:
“Através de imagens de satélite, identificamos a exploração de madeira. Não é um desmatamento evidente, mas traços sutis de retirada de madeira.”
Principais Focos de Extração Ilegal:
- Imóveis rurais privados (71% dos casos)
- Terras indígenas, especialmente Kaxarari e Tenharim Marmelos
- Zona de influência da rodovia BR-319
A Geografia da Ilegalidade
O estudo revela uma expansão geográfica da atividade ilegal:
- Antes concentrada em Mato Grosso
- Agora abrange Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima
Vinícius Silgueiro, do ICV, destaca:
“A atividade ilegal madeireira na Amazônia se mostra crônica, expandindo-se para novas regiões.”
O Paradoxo da Legalidade
Enquanto a extração ilegal cresce, a área de exploração autorizada caiu 17% no mesmo período.
Desafios e Soluções:
- Incentivo ao manejo florestal responsável
- Ampliação de concessões ambientais
- Fiscalização efetiva das atividades legalizadas
O Futuro da Madeira Amazônica
O 8º Fórum de Soluções em Legalidade Florestal discute os desafios do setor, incluindo:
- Redução no volume de produtos madeireiros extraídos (5,8 milhões de m³ em 2023)
- Queda na demanda interna e externa
- Associação crescente entre madeira nativa e extração ilegal
A Importância do Manejo Sustentável
Sobral enfatiza:
“A floresta só será mantida em pé quando valer mais em pé do que derrubada.”
Conclusão: Um Equilíbrio Delicado
A preservação da Amazônia depende de um equilíbrio entre:
- Combate efetivo à extração ilegal
- Incentivo ao manejo florestal sustentável
- Valorização econômica da floresta em pé
Este cenário complexo exige ações coordenadas entre governo, setor privado e sociedade civil para garantir o futuro da maior floresta tropical do mundo.
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