Recentes dados do Ministério da Saúde revelam uma tendência positiva na redução de mortes
A Evolução do Cenário do AVC no Brasil
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) continua sendo uma preocupação significativa para a saúde pública brasileira. Recentes dados do Ministério da Saúde revelam uma tendência positiva na redução de mortes, contrastada por um aumento preocupante nas aposentadorias por invalidez relacionadas à doença.
Números que Contam uma História
ANO | MORTES POR AVC | APOSENTADORIAS POR INVALIDEZ |
---|---|---|
2022 | 35.982 | – |
2023 | 34.159 | 3.014 |
2024 (Jan-Mai) | 10.629 | – |
A queda de 5% nas mortes entre 2022 e 2023, seguida por uma redução ainda mais expressiva de 22% nos primeiros cinco meses de 2024, comparado ao mesmo período do ano anterior, demonstra um progresso significativo no combate à mortalidade por AVC.
O Outro Lado da Moeda: Sequelas e Invalidez
Apesar da redução nas mortes, o número de pessoas que sofrem com sequelas da doença continua em ascensão:
- Aposentadorias por invalidez dobraram entre 2021 e 2023
- Afastamentos temporários do trabalho aumentaram 23% no mesmo período
Fatores que Influenciam os Números
- Impacto da Pandemia: A COVID-19 desorganizou serviços e converteu unidades de AVC em unidades de atendimento à pandemia.
- Políticas Públicas: A criação de uma rede de hospitais especializados e a adoção de protocolos específicos contribuíram para a redução de óbitos.
- Avanços Tecnológicos: A incorporação da trombectomia mecânica ao SUS aumentou as chances de independência pós-AVC.
- Desigualdades Regionais: A concentração de 77% dos centros de AVC nas regiões Sul e Sudeste evidencia disparidades no acesso ao tratamento.
Caso de Sucesso: Hospital Estadual Central em Vitória
O Hospital Estadual Central em Vitória, ES, destaca-se com:
- Taxa de mortalidade por AVC de 8,6% (metade da média nacional)
- Atendimento especializado 24 horas
- Treinamento do SAMU para identificação rápida de casos
- 68% de assertividade nos encaminhamentos de suspeitas de AVC
Desafios e Soluções Futuras
- Ampliação da Rede de Reabilitação: Parcerias com prefeituras para tratamento contínuo
- Telemedicina: 30 hospitais já participam de iniciativa para qualificação dos serviços
- Redução de Desigualdades: Necessidade de maior coordenação entre estados e municípios
“Centros de AVC diminuem a mortalidade. Não podemos aceitar que há lugares que não tenham nada.” – Sheila Martins, presidente da Rede Brasil AVC
Este cenário complexo do AVC no Brasil demonstra que, apesar dos avanços significativos na redução da mortalidade, ainda há um longo caminho a percorrer no que diz respeito à prevenção de sequelas e ao acesso igualitário ao tratamento em todo o território nacional.
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