Nesta sexta-feira, o Banco Central (BC) executou mais uma ação no mercado de câmbio, promovendo um leilão extra de 30 mil contratos de swap cambial no período da tarde. Esta ação sucede a venda direta de US$ 1,5 bilhão em dólares no mercado à vista realizada na parte da manhã, marcando a terceira intervenção da instituição desde o começo da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os swaps cambiais são utilizados pelo BC como uma ferramenta para ofertar dólares no mercado futuro, visando garantir a disponibilidade da moeda e controlar sua cotação para prevenir oscilações excessivas e instabilidades. A divulgação dessa operação foi feita no início da tarde, sendo efetivada entre 12h50 e 13h, em um dia crucial para a definição da Ptax, referência para a liquidação de contratos futuros e calculada no último dia útil de cada mês.

Apesar das intervenções, a cotação do dólar não se estabilizou, influenciada pela pressão dos recentes dados de inflação dos Estados Unidos e pela preocupação com os riscos fiscais internos, especialmente no dia em que o Projeto de Lei do Orçamento de 2025 foi encaminhado ao Congresso Nacional.

Banco Central Realiza Nova Intervenção Cambial com Leilões de Swap

O dólar, que inicialmente apresentava uma queda de 0,81%, inverteu a tendência após o leilão, registrando uma valorização superior a 1%. A divulgação do índice PCE (Preço de Despesas de Consumo Pessoal), em tradução livre) ocorreu às 9h30, contribuindo para essa volatilidade. Posteriormente, com a realização dos swaps, a alta da moeda americana desacelerou para 0,30%, sendo negociada a R$ 5,639 por volta das 13h45.

Em resposta à recente valorização do dólar, o BC já havia realizado um leilão de US$ 1,5 bilhão no mercado à vista, sendo esta a primeira operação do tipo desde dezembro de 2021, quando foram vendidos US$ 500 milhões. A última ação de venda direta de dólares ocorreu em abril de 2022, totalizando US$ 571 milhões.

Esta intervenção visou também ao ajuste do MSCI, um índice chave para investidores do mercado de ações internacionais.

Roberto Campos Neto, presidente do BC, afirmou nesta manhã que novas intervenções cambiais serão realizadas conforme necessário, destacando a natureza flutuante da moeda e a política de atuação em momentos de distorção de mercado. Em um evento da XP Investimentos, ele mencionou: “Estamos diante de um fluxo atípico devido ao rebalanceamento de um índice… É responsabilidade do BC avaliar a magnitude desse desequilíbrio e o quanto é necessário para atender a esse fluxo excepcional, além de monitorar desvios significativos dos fundamentos econômicos, seja por questões de liquidez ou por ruídos de curto prazo.”