Este aporte financeiro tem como destino o aprimoramento do processamento do mineral
Nesta quinta-feira, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a liberação de um financiamento significativo, no valor de R$ 486,7 milhões, para a Sigma Lithium, reconhecida como a maior operadora de mineração de lítio no país. Este aporte financeiro tem como destino o aprimoramento do processamento do mineral, com a expectativa da Sigma de utilizar este investimento para expandir sua capacidade produtiva para mais 270 mil toneladas anuais, alcançando um total de 520 mil toneladas. O financiamento provém do Fundo Clima, uma iniciativa do BNDES voltada ao apoio de projetos com foco em sustentabilidade.
O lítio, elemento chave para o avanço da transição energética, é essencial na fabricação de baterias de veículos elétricos, um mercado atualmente dominado pela China. A Sigma Lithium, com raízes canadenses mas sob gestão brasileira, está situada nas cidades mineiras de Araçuaí e Itinga, no Vale do Jequitinhonha, região que abriga as mais vastas reservas de lítio do Brasil. O país figura como o oitavo maior detentor de reservas do mineral, de acordo com dados do governo estadunidense.
Estimativas detalhadas apontam para a existência de 27 milhões de toneladas de espodumênio nas áreas de operação da Sigma, assegurando a extração do lítio por um período mínimo de 13 anos. A mineradora destaca-se por ser a primeira de grande escala a se estabelecer na região, enfrentando recentemente uma queda significativa no valor de suas ações, influenciada pela redução nos preços do lítio no mercado global, em grande parte devido à desaceleração na produção de veículos elétricos.
No último ano, a Sigma considerou propostas de aquisição, embora nenhuma negociação tenha sido concretizada. José Luís Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, enfatizou a importância de investimentos como este para posicionar o Brasil como um participante chave na produção de minerais essenciais à transição energética e na ampliação de sua participação na cadeia produtiva de baterias.
O BNDES, através do Plano Mais Produção, visa valorizar a posição estratégica do Brasil nas discussões globais sobre transição energética e descarbonização. A Sigma, por sua vez, concentra-se na etapa de beneficiamento do minério, aumentando a concentração de lítio na rocha extraída, sem avançar para a produção de carbonato de lítio e hidróxido de lítio, componentes cruciais na fabricação de baterias para veículos elétricos.
Recentemente, como reportado pela Folha de S.Paulo, o Ministério de Minas e Energia anunciou planos para o lançamento de um programa destinado a incentivar a exploração de minerais considerados fundamentais para a transição energética, incluindo lítio, cobre e níquel. O programa, já finalizado, aguarda um momento oportuno para seu lançamento, visando promover o crédito para empresas mineradoras interessadas na pesquisa, extração e processamento desses minerais.
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