Além de Bolsonaro, a lista de indiciados coloca 25 militares entre os acusados.
O ex-presidente Jair Bolsonaro definiu um novo rumo para sua defesa diante do Supremo Tribunal Federal (STF). A partir desta quinta-feira (9), o criminalista Celso Vilardi, respeitado pelo seu histórico de atuação em casos de grande repercussão, assume oficialmente a coordenação da equipe jurídica de Bolsonaro, agora reforçada por três advogados.
Celso Vilardi Assumindo a Linha de Frente
“Já estudei o caso e vou começar a trabalhar agora. Sobre eventuais estratégias ou questões do tipo, não cabe falar por enquanto”, comentou Vilardi, sublinhando o compromisso e a cautela com que encara a tarefa. Vilardi, além de sua atuação, é professor de direito na Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo e participa de organizações como o Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD).
O Contexto das Acusações Contra Bolsonaro
O cerne da defesa gira em torno das investigações da Polícia Federal que culminaram no indiciamento de Bolsonaro e outros 36 indivíduos relacionados à tentativa de golpe de Estado em 2022. A apuração aponta a participação direta do ex-presidente em uma conspiração que tinha como objetivo impedir a posse do então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Neste contexto, Celso Vilardi traz na bagagem um currículo de defesa de figuras emblemáticas envolvidas em episódios notórios, tais como o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, Delúbio Soares, e o empresário Eike Batista, entre outros.

A ministra se manifestou e minimizou as suspeitas. Depois, não respondeu indagações sobre inconsistências nos argumentos apresentados.
Até o momento, Paulo Cunha Bueno comandava os esforços defensivos, mas continuará presente na equipe jurídica. Este ajuste ocorre emblematicamente na data que marca dois anos dos eventos tumultuosos em Brasília, onde as sedes dos três Poderes sofreram atentados. O governo Lula planejou uma série de ações para recordar a ocasião, contrastando com apoiadores de Bolsonaro que permanecem pleiteando anistia para os presos nos incidentes.
Aliados do ex-presidente, membros do PL, continuem a argumentar que não ocorreu tentativa de golpe e que penas injustas foram impostas, dado que o projeto de anistia tramita, ainda que pausado após pouco progresso no ano anterior.
As Complexidades do Indiciamento
Além de Bolsonaro, a lista de indiciados revela nomes de peso e influência militar, totalizando 25 militares entre os acusados. Figura entre eles o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e companheiro de chapa de Bolsonaro na derrota eleitoral de 2022. Outros envolvidos incluem figuras proeminentes como Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, e Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin e agora deputado federal. Também o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, o general de reserva Augusto Heleno, está sob investigação.
Com a defesa agora reforçada sob a tutela de Vilardi, a próxima fase legal do ex-presidente promete ser intensa. O desenrolar desse caso impacta diretamente na teia política e na percepção pública das opções de defesa adotadas, oferecendo uma narrativa envolvente que está longe de seu desfecho. A sociedade aguarda com expectativa os próximos capítulos dessa complexa saga jurídica e política.