o skatista de 31 anos finalizou em sexto lugar no skate street e observou que as regras atuais da competição favorecem a nova geração
PARIS, FRANÇA – Kelvin Hoefler considerou sua performance nos Jogos Olímpicos de Paris “muito boa”. Medalhista de prata em Tóquio há três anos, o skatista de 31 anos finalizou em sexto lugar no skate street e observou que as regras atuais da competição favorecem a nova geração – o japonês Yuto Horigome, de 25 anos, conquistou o ouro, e a prata foi para o norte-americano Jagger Eaton, de 23 anos.
“Acompanhar essa nova geração é difícil, né? Eles aprendem duas manobras e ganham, sabe? Eu e o Nyjah Huston temos uma grande bagagem de manobras. Essa nova geração aprende de uma forma só e não tem esse leque”, comentou o pentacampeão mundial.
A principal crítica de Hoefler é em relação ao formato de disputa. Cada skatista tem duas voltas de 45 segundos para mostrar suas habilidades na pista, mas apenas a melhor delas é contabilizada. Em seguida, há cinco tentativas de manobras únicas, das quais apenas duas são contadas. Isso significa que um skatista pode falhar em várias tentativas e ainda assim conquistar uma medalha.
“É fato que, meu, o pessoal, erra, erra, erra, erra, erra e ganha. Acerta duas manobras e ganha. Acho que tem que ser mais legal para o público, o público tem que curtir mais. Como é no park, né? Os caras têm três voltas e vão dar as melhores voltas da vida, e é isso”, disse Hoefler, referindo-se ao formato da modalidade park, onde há três voltas de 45 segundos e apenas uma é descartada.
No modelo de Tóquio, que resultou na medalha de prata para Hoefler, também havia três descartes nas cinco manobras únicas, mas nenhuma das duas voltas de 45 segundos era desconsiderada e a pista era maior. Segundo ele, há rumores de que haverá novas mudanças no formato, o que influenciará sua decisão de tentar participar dos Jogos de Los Angeles em 2028.
Por enquanto, o skatista paulista prefere não pensar muito nisso. Ele teve um ciclo desgastante até Paris, com lesões, e agora só quer descansar. Lembrando que sua esposa estava em casa, no sofá, cuidando dos cachorros da família, Hoefler expressou o desejo de estar com ela, “bem tranquilo”.
“Eu não aguento mais, não aguento mais. Estou cansado, preciso de férias. Estou andando de skate, sei lá, faz uns 23 anos. E nunca tive férias. Preciso de umas férias, preciso descansar. Foi uma corrida olímpica bem difícil, a gente não sabia se viria até dois meses atrás, com competição de alto nível, uma correria”, afirmou.
Hoefler mostrou interesse em participar de mais competições no Brasil após o período de descanso. Morando nos Estados Unidos desde 2010, o brasileiro vive atualmente em Los Angeles, considerada a capital dos esportes radicais, onde concentra grande parte de seu calendário na região da Califórnia.
“Eu sou brasileiro, patriota para caramba, gosto do Brasil. Se fizerem um campeonato legal, eu vou. E se me chamarem! Se me chamarem. Porque, se não me chamarem eu não vou. Vou lá de intruso? Não, tem que convidar, pô”, disse, mostrando uma certa insatisfação, mas sem deixar claro a quem se referia.
“Alguns não convidam, mas também não ligo. Estou lá fazendo minhas coisas, competindo na Street League, nos X-Games, que são importantes para mim, tenho também meus patrocinadores fora. Então, é isso. Estou feliz para caramba, segunda Olimpíada, final de novo. Estou felizão”, concluiu Hoefler, encerrando a entrevista. “Foi? Foi? Valeu, pessoal.”
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