Passado duplo de cantor com histórico de tráfico internacional de drogas aumenta possibilidades de apurações criminais sobre o que pode ter provocado a morte violenta enquanto era monitorado por tornozeleira eletrônica
O cantor e compositor Iuri Gomes Oliveira Ramires, de 47 anos, conhecido artisticamente como Yuri Ramirez, foi morto com oito tiros dentro de casa em Campo Grande (MS) no sábado, 30 de agosto. Apontado em 2018 pela Polícia Civil de Goiás como um dos maiores traficantes da região noroeste do estado, ele havia deixado a prisão há menos de um mês e cumpria pena em regime domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.
De acordo com o registro policial, dois homens se passaram por agentes de segurança e entraram no imóvel no bairro Santa Emília. A mulher que abrigava o cantor permitiu a entrada, e os invasores localizaram Yuri em um dos cômodos, onde fizeram os disparos. A perícia contabilizou 12 cápsulas de pistola no local. O caso foi registrado como homicídio qualificado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Cepol.
Yuri Ramirez nasceu em Campo Grande e iniciou a carreira musical na adolescência. Formou dupla sertaneja que chegou a se apresentar em vários estados e gravou canções com Maria Cecília e Rodolfo. Mais tarde seguiu carreira solo, acumulando composições inéditas, entre elas “Boca Errada” e “Novo Engano”.
Paralelamente à atividade artística, acumulava passagens criminais. Em 2018, foi preso em Goiânia sob acusação de liderar o tráfico de drogas em parte da capital goiana. Na ocasião, usava documento falso em nome de Alexandre Nunes e teria trazido cerca de 800 quilos de maconha do Paraguai. Investigações também apontaram envolvimento em contrabando de armas, incluindo negociação de fuzil AK-47 e pistolas. Antes disso, já havia sido detido pela Polícia Federal no Mato Grosso do Sul com 20 quilos de drogas.
A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul conduz as investigações sobre a execução. Até agora, nenhum suspeito foi preso e a motivação do crime não foi esclarecida.