Pesquisa do InCor aponta alta incidência de ansiedade e depressão entre usuários de vapes
A face oculta dos cigarros eletrônicos: mais do que fumaça e vapor
Uma recente investigação conduzida pelo renomado Instituto do Coração (InCor) lança luz sobre uma questão alarmante: a estreita relação entre o uso de cigarros eletrônicos e problemas de saúde mental. O estudo, que analisou a saliva de 417 usuários exclusivos de vapes no estado de São Paulo, revela dados que merecem atenção.
Números que não podem ser ignorados
- 75% dos entrevistados relataram sofrer de ansiedade
- 30% afirmaram enfrentar quadros de depressão
- Mais da metade dos usuários tem menos de 25 anos
- 68% já buscaram ajuda para abandonar o vício
Estes números pintam um quadro preocupante sobre o impacto dos cigarros eletrônicos na saúde mental, especialmente entre os jovens.
O ciclo vicioso: causa ou efeito?
A Dra. Jaqueline Scholz, cardiologista e diretora do Núcleo de Tabagismo do InCor, levanta uma questão crucial: o cigarro eletrônico seria um gatilho para problemas de saúde mental ou uma tentativa equivocada de aliviar sintomas preexistentes?
“É como se fosse usado como um remédio de alta concentração de nicotina. Vira a causa e também é o efeito.” – Dra. Jaqueline Scholz
A química por trás do vício
Os cigarros eletrônicos, assim como os tradicionais, liberam substâncias que afetam diretamente o cérebro:
SUBSTÂNCIA | EFEITO | DURAÇÃO |
---|---|---|
Nicotina | Libera dopamina (euforia) e serotonina (sensação de felicidade) | Até 2 horas |
Material particulado fino | Provoca disfunções cardíacas e pulmonares | Efeito cumulativo |
Uma dependência rápida e intensa
O estudo revela um dado alarmante: em apenas um ano de uso, os vapes podem criar uma dependência equivalente a décadas de tabagismo tradicional. Isso explica por que 40% dos usuários já buscaram ajuda para parar, mesmo tendo começado há menos de 12 meses.
A porta de entrada para o tabagismo
Contrariando a ideia de que os cigarros eletrônicos são uma alternativa para ex-fumantes, a pesquisa mostra que:
- Apenas 40% dos usuários de vapes eram ex-fumantes de cigarros tradicionais
- 20% dos novos pacientes em busca de tratamento no InCor já são dependentes de cigarros eletrônicos
O desafio da regulamentação
Apesar de proibidos no Brasil, os cigarros eletrônicos encontram caminhos para chegar aos consumidores:
- 74% dos entrevistados afirmam comprar versões descartáveis pela internet
- Autoridades lutam para coibir a venda e o uso em eventos e locais públicos
Um alerta para a sociedade
Esta pesquisa serve como um importante alerta sobre os riscos dos cigarros eletrônicos, especialmente para a saúde mental dos jovens. É fundamental que haja uma conscientização ampla sobre os perigos dessa nova forma de tabagismo, bem como um debate sério sobre políticas públicas eficazes para enfrentar esse desafio de saúde pública.
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