Estimativa de safra 2024/25 sofre redução significativa, afetando mercado interno e global
A indústria citrícola brasileira enfrenta um cenário desafiador na safra 2024/25, com uma redução substancial na produção de laranjas devido às condições climáticas adversas. O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) divulgou uma reestimativa preocupante, indicando uma queda de 16,6 milhões de caixas em relação à previsão inicial de maio.
Impacto das Condições Climáticas
As regiões produtoras de São Paulo e Minas Gerais têm enfrentado:
- Estiagem prolongada
- Temperaturas acima da média histórica
- Queimadas em áreas próximas
Esses fatores resultaram em:
- Frutos menores e mais leves
- Maturação acelerada
- Necessidade de colheita antecipada
Números Alarmantes

Cinturão Citrícola Enfrenta Desafios: Calor Intenso e Seca Impactam Produção de Laranja – Folha de São Paulo
DESCRIÇÃO | QUANTIDADE (MILHÕES DE CAIXAS) |
---|---|
Estimativa inicial (maio 2023) | 232,38 |
Reestimativa atual | 215,78 |
Redução | 16,6 |
Comparação com safra 2023/24 | -30,25% |
A nova projeção coloca a safra 2024/25 como potencialmente a menor em mais de três décadas, superando apenas ligeiramente a safra de 1988/89.
Consequências Econômicas
- Mercado Interno: Pressão inflacionária sobre alimentos, especialmente laranja, açúcar e café.
- Mercado Global: Impacto significativo, considerando que o Brasil responde por aproximadamente 75% do comércio internacional de suco de laranja.
Detalhes Técnicos
- Peso médio da laranja: Reduzido de 169g para 155g
- Laranjas por caixa (40,8 kg): Aumento de 23 unidades
- Colheita em agosto: 45% (média histórica: 30%)
Panorama Regional
O cinturão citrícola enfrenta diferentes níveis de seca:
- 6% em seca severa
- 76% em seca moderada
- 18% em seca fraca
Regiões mais afetadas incluem o Triângulo Mineiro e Bebedouro (SP), sem chuvas há quatro meses.
Perspectivas e Desafios
A indústria citrícola enfrenta não apenas os desafios climáticos, mas também a ameaça constante do greening, principal praga do setor. A situação atual demanda atenção redobrada dos produtores e pode levar a mudanças significativas nas estratégias de cultivo e manejo dos pomares.
Este cenário complexo ressalta a importância de investimentos em pesquisa e desenvolvimento de variedades mais resistentes e técnicas de cultivo adaptadas às mudanças climáticas, visando garantir a sustentabilidade da produção citrícola brasileira a longo prazo.