Ele abordou as exigências da carreira, que frequentemente implica em mudanças de residência
Durante a celebração do Dia do Soldado, o General Tomás Paiva, líder do Exército Brasileiro, proferiu um discurso marcante nesta quinta-feira (22), enfatizando o alto grau de sacrifício requerido pela carreira militar, caracterizada pela ausência de privilégios e limitadas oportunidades de acumulação de patrimônio. A cerimônia, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorreu em um momento em que o Exército promove uma campanha para esclarecer a necessidade de um regime de aposentadoria especial para seus membros.
Tomás Paiva ressaltou a dedicação exclusiva e a disponibilidade constante dos militares brasileiros, incluindo soldados, marinheiros e aviadores, na defesa da soberania nacional e na proteção da população, considerada o maior tesouro do país. Ele abordou as exigências da carreira, que frequentemente implica em mudanças de residência, afetando a vida familiar e social dos militares, sem oferecer grandes possibilidades de enriquecimento, mas com o privilégio singular de servir ao país.
A campanha publicitária lançada pelo Exército desde junho busca justificar a aposentadoria especial dos militares, argumentando que ela compensa as “desigualdades históricas e estruturais” e mantém a carreira atrativa, apesar dos desafios enfrentados no serviço ativo. Essa previdência diferenciada tem sido questionada tanto no governo Lula quanto pelo Tribunal de Contas da União (TCU), com a ala econômica do governo considerando reformas para reduzir o déficit público.
A cerimônia também foi marcada pela presença de diversas autoridades, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e outras figuras políticas e militares, refletindo a importância do evento. Lula, que tem participado de todas as principais cerimônias militares desde seu retorno à presidência, não enfrentou manifestações do público, diferentemente do ocorrido em eventos anteriores.
O General Tomás Paiva aproveitou a ocasião para solicitar um aumento no orçamento da Força, destacando a importância da previsibilidade orçamentária para a defesa nacional e a manutenção da paz em um contexto global de conflitos. Ele reiterou o compromisso eterno do Exército com a democracia brasileira, mesmo diante dos sacrifícios que isso possa exigir.
Apesar do clima geralmente amistoso nos eventos recentes entre Lula e as forças militares, persiste uma tensão devido às investigações sobre militares envolvidos em planos antidemocráticos. A relação entre o presidente e as Forças Armadas sofreu abalos após os ataques de 8 de janeiro, mas esforços de reconciliação têm sido feitos, liderados pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, visando restaurar a confiança mútua.
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