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Desafio Hídrico: O Teste de Fogo para a Nova Sabesp Privatizada

Desafio Hídrico: O Teste de Fogo para a Nova Sabesp Privatizada

Com a seca assolando o estado, a nova diretoria da companhia enfrentará um verdadeiro “batismo de fogo”

A iminente privatização da Sabesp coincide com um período crítico para os recursos hídricos de São Paulo. Com a seca assolando o estado, a nova diretoria da companhia enfrentará um verdadeiro “batismo de fogo” logo ao assumir o comando. Paulo Massato, ex-diretor metropolitano da Sabesp e veterano da crise hídrica de 2013-2015, compartilha suas perspectivas sobre os desafios que se aproximam.

O Cenário Atual: Uma Seca Sem Precedentes

A situação hídrica em São Paulo é alarmante:

  • Níveis dos mananciais em queda constante
  • Pior seca da história do Brasil
  • Previsão de assumir a gestão privatizada em outubro

“Se não voltar a chover, será um bom desafio para a nova diretoria.” – Paulo Massato

Desafio Hídrico: O Teste de Fogo para a Nova Sabesp Privatizada

Desafio Hídrico: O Teste de Fogo para a Nova Sabesp Privatizada – Folha de São Paulo

Comparativo: Crise de 2013-2015 vs. Cenário Atual

ASPECTOCRISE 2013-2015CENÁRIO ATUAL
Probabilidade do evento0,004% (1 a cada 250 anos)Ainda em avaliação
População afetada9 milhões (Sistema Cantareira)Potencialmente toda a Grande SP
Nível dos reservatóriosUso do “volume morto”52,5% com queda de 0,3% ao dia
Medidas extremasObras emergenciais e “gambiarras”A serem definidas pela nova gestão

Lições da Crise Passada

  1. Importância do corpo técnico: Massato enfatiza a necessidade de manter profissionais capacitados, mesmo após a privatização.
  2. Inovação sob pressão: Soluções criativas, como o uso do “volume morto”, foram cruciais.
  3. Comunicação transparente: A falta de autonomia na comunicação foi um desafio significativo.
  4. Estresse e dedicação: A crise exigiu um esforço sobre-humano da equipe.

“Fizemos obras de grande porte, com mão de obra própria: caldeiraria, mecânico, um pessoal que nós tínhamos e contávamos. É com esse pessoal que, mesmo privada, a Sabesp deve se preocupar em manter, senão o risco de desabastecimento é muito grande.” – Paulo Massato

O Futuro da Gestão Hídrica em São Paulo

Massato aponta para soluções de longo prazo:

  1. Despoluição do Rio Tietê
  2. Reversão do fluxo do Rio Pinheiros para a Represa Billings
  3. Criação de um ciclo contínuo de reuso da água

Contudo, o ex-diretor expressa preocupação com a atual velocidade de esvaziamento dos reservatórios, questionando as estratégias em uso.

Preparação para o Futuro

  • Aumento da capacidade de reserva dos mananciais desde 2015
  • Melhor dimensionamento para atender picos de demanda
  • Possibilidade de transferência de água entre mananciais

Conclusão: Um Desafio Contínuo

A gestão hídrica de São Paulo permanece um desafio constante, independentemente da estrutura administrativa da Sabesp. A nova diretoria privatizada terá que equilibrar:

O legado da crise de 2013-2015 e as lições aprendidas serão cruciais para enfrentar os desafios que se aproximam. A capacidade de inovação, planejamento e resposta rápida será testada desde o primeiro dia da nova gestão.

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