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Diesel da Petrobras Custa R$ 0,40 mais Caro que o Preço Internacional

Diesel da Petrobras Custa R$ 0,40 mais Caro que o Preço Internacional

Uma Redução Combustível pode ser a melhor Estratégia de Combate à Inflação

Em meio a um cenário internacional em transformação e à queda na cotação do petróleo, representantes do governo brasileiro apontam que o preço do diesel praticado pela Petrobras está consideravelmente acima dos valores de referência globais. Segundo análises recentes, o combustível é vendido com um acréscimo de até R$ 0,40(variando em diferentes partes do território nacional). Isso já representa um obstáculo para a economia, especialmente em um momento de constante preocupação com a inflação, uma vez que o preço do Diesel influencia diretamente no frete de praticamente tudo, como mostramos em outra reportagem.

Especialistas ligados ao Executivo, que preferem manter suas identidades discretas, ressaltam que a possibilidade de um corte no preço do diesel se mostra estratégica para conter o avanço inflacionário. Em declarações à Folha de S.Paulo, integrantes do governo afirmaram que uma redução, mesmo que medida, pode criar um “colchão” para a economia, amenizando o peso dos reajustes constantes e os impactos nos preços dos fretes – fator que já vem preocupando diversos setores desde o início do ano.

A Influência do Mercado Internacional e o Papel da Petrobras

A pressão por ajustes nos preços ganhou novo fôlego com o fortalecimento do real frente ao dólar combinado com a recente queda dos preços do petróleo. Após atingir um pico de US$ 82 o barril do Brent, os valores recuaram para US$ 72, sinalizando um cenário mais favorável para uma eventual redução. Dados recentes apontam para uma diferença de, pelo menos, R$ 0,20 e, segundo alguns comparativos, pode chegar a R$ 0,40, considerando o mercado russo como referência.

Nesse contexto, as projeções indicam que um ajuste nessa faixa poderia representar uma diminuição considerável – entre 5,3% e 10,7% – no valor final do diesel para o consumidor. Entretanto, o debate sobre a intervenção direta na política de preços recai sobre a estratégia adotada pela estatal, que tem optado por medidas cautelosas.

De acordo com o grupo de acompanhamento formado, entre outros, pela CEO Magda Chambriard, a Petrobras vem pautando sua nova política comercial em uma estratégia de monitoramento contínuo dos fundamentos do mercado internacional, aliando preços competitivos com a manutenção da estabilidade para seus clientes. “Conseguimos abrasileirar os preços dos combustíveis, evitando o repasse direto da volatilidade externa para o consumidor”, afirmou Chambriard, evidenciando um balanço entre competitividade e cautela.

Aspectos Estruturais e a Nova Política de Preços

Desde maio de 2023, a Petrobras substituiu sua política de preços, que anteriormente se baseava no preço de paridade de importação (PPI), adotando um sistema que considera as melhores condições de produção e logística para a definição dos valores dos combustíveis. Essa estratégia não só tem como objetivo reduzir a volatilidade nos reajustes, que antes ocorriam diariamente, como também criar um ambiente de estabilidade para o mercado.

Atualmente, os custos do óleo diesel, negociado a aproximadamente R$ 3 nas refinarias, sofrem acréscimos significativos após a mistura com biodiesel, custos de distribuição e os impostos federais e estaduais, resultando em um preço final médio de R$ 6,43 para o consumidor – de acordo com dados da pesquisa de preços encerrada em 15 de março.

Perspectivas Futuras: Diesel e Gasolina em Análise

O cenário otimista para o diesel, impulsionado pela expectativa de uma queda nos preços internacionais do petróleo, contrasta com o comportamento da gasolina. No caso do etanol, a crescente produção e a intensificação da concorrência podem levar a uma redução do preço da gasolina, alterando o padrão de consumo dos motoristas. Assim, a estatal pode se ver compelida a ajustar os preços para manter sua competitividade no mercado.

Concluindo, o debate em torno dos preços dos combustíveis no Brasil envolve uma complexa interação entre fatores internacionais e decisões estratégicas internas. Se, por um lado, há a pressão para uma redução que ajude a conter a inflação, por outro, a Petrobras busca um equilíbrio que possibilite a manutenção da estabilidade e a competitividade em um mercado global cada vez mais dinâmico.

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