É preciso mais que políticas públicas para enfrentar o poderio do crime organizado
É preciso mais que políticas públicas para enfrentar o poderio do crime organizado, é preciso ter policiais conscientes da sua importância na manutenção do frágil equilibrio da nossa sociedade. Qualquer sinal de impunidade inicia um processo de desobediência que pode ter consequencias catastróficas e nós já mostramos isso acontecendo na Califórnia em uma reportagem aqui no site. Atualmente os policiais vivem em uma corda bamba complexa e delicada, de um lado o impiedoso crime organizado e de outro a mídida e os “Direitos Humanos” que condenam o uso da força por parte das forças de segurança, a única certeza do policial foi expressa pelo Soldado Matias, personagem de André Ramiro no filme Tropa de Elite, em um desabafo: “É engraçado, porque ninguém faz passeata quando morre policial!”.
Um episódio que ilustra muito bem essa percepção e marcou profundamente as forças de segurança e a população de Goiás foi relembrada pelo Coronel Câmara, Chefe do Estado Maior Estratégico da Polícia Militar do Estado de Goiás, em sua conta do Instagram.
Um intenso confronto entre policiais militares e suspeitos de múltiplos homicídios ocorreu na divisa entre os estados de Goiás e Minas Gerais. O incidente, que resultou na morte de três suspeitos e deixou dois policiais feridos.
O confronto teve início no dia 22 de setembro de 2023, na GO-139, próximo à Ponte Quina Mariano, entre as cidades de Corumbaíba (GO) e Paracatu (MG). Segundo informações do Comando de Operações de Divisas da Polícia Militar de Goiás (COD), a ação foi desencadeada após um alerta da Polícia Civil de Minas Gerais sobre três suspeitos que cometeram oito homicídios nas cidades de Ouvidor e Paracatu em 15 dias.
A perseguição, que durou aproximadamente duas horas, iniciou-se quando a equipe do Tenente Castro, composta por quatro policiais em uma viatura S-10, identificou um veículo correspondente às descrições fornecidas. Durante a abordagem, os suspeitos abriram fogo contra os policiais, ferindo o Tenente Castro com dois tiros – um no braço e outro na cabeça – e o Cabo Clécio Rocha no braço direito: “Ao que tudo indica, os suspeitos já esperavam por uma abordagem policial”, afirmou Castro.
Apesar dos ferimentos, o Cabo Rocha conseguiu manter o controle da viatura e continuar a perseguição. O Tenente Castro, mesmo ferido, permaneceu consciente e continuou apoiando seus colegas. “Além de nos proteger, precisamos resguardar a vida das pessoas. Já os marginais não estão preocupados com a vida de ninguém, exceto a deles”, o confronto culminou em uma intensa troca de tiros onde os três suspeitos que morreram ainda no local. Após a operação, foram encontrados no veículo dos criminosos quatro carregadores vazios, totalizando 90 tiros disparados.
O Tenente Castro foi levado às pressas para atendimento médico, passando por Corumbaíba e Caldas Novas antes de ser transferido de helicóptero para o Hospital de Urgência de Goiânia (Hugo). Lá, ele foi submetido a uma cirurgia delicada para a remoção de um projétil de nove milímetros alojado em sua cabeça. “Não tenho religião, mas acredito muito em uma energia positiva, por isso não tenho dúvidas de que o que ocorreu comigo foi realmente um milagre”, declarou Castro.
O Cabo Clécio Rocha, natural da Bahia e há 11 anos na PM de Goiás, também expressou sua dedicação à profissão: “Sempre admirei o trabalho policial, para mim são heróis, e eu me tornei um deles”
As autoridades de segurança pública de Goiás e Minas Gerais afirmaram que continuarão trabalhando em conjunto para combater o crime organizado na região fronteiriça. O caso também chamou a atenção para a importância do treinamento e equipamentos “de ponta” para as forças policiais.
O Tenente Castro, expressa seu compromisso com a profissão: “Não me arrependo de minha decisão, feita há 19 anos. Pelo contrário, cada dia mais me apaixono por essa profissão honrosa. Sou muito feliz por vestir a farda da Polícia Militar de Goiás.”
Este episódio serve como um lembrete contundente dos desafios e riscos enfrentados diariamente pelas forças de segurança no Brasil, ao mesmo tempo em que levanta questões importantes sobre as estratégias de combate ao crime e a segurança dos cidadãos.
Repercussões e Desdobramentos
O confronto entre policiais e suspeitos na fronteira de Goiás e Minas Gerais gerou ampla repercussão nos meios de comunicação e nas redes sociais. Autoridades de ambos os estados se manifestaram sobre o ocorrido, destacando a importância da cooperação interestadual no combate ao crime organizado.
O Secretário de Segurança Pública de Goiás, em entrevista coletiva, afirmou: “Este incidente demonstra a eficácia de nossas forças policiais e a importância da integração entre os estados. Continuaremos investindo em treinamento e equipamentos para garantir a segurança de nossos cidadãos e policiais.”
O Secretário de Segurança Pública de Minas Gerais acrescentou: “A troca de informações entre nossas polícias foi crucial para o desfecho desta operação. Estamos comprometidos em fortalecer ainda mais essa parceria para combater o crime organizado em nossas fronteiras.”
Análise do Perfil dos Suspeitos
Investigações preliminares apontam que os três suspeitos neutralizados tinham extensa ficha criminal e possíveis ligações com uma facção criminosa de atuação interestadual. O delegado responsável pelo caso em Minas Gerais, Dr. Roberto Almeida, declarou: “Estamos diante de um grupo altamente perigoso, responsável por uma série de homicídios brutais. A ação policial, embora dramática, possivelmente evitou mais mortes de civis inocentes.”
Impacto nas Comunidades Locais
As cidades de Paracatu (MG) e Corumbaíba (GO) vivenciaram dias de tensão antes e após o confronto. Moradores relatam um clima de medo e insegurança que pairava sobre as comunidades.
Janete Assunção, comerciante em Paracatu, comentou: “Vivíamos com medo de sair às ruas. Depois dessa ação da polícia, sentimos um alívio, mas ainda estamos preocupados com a violência na região.”
Os desafios para o Futuro da Segurança
O crescimento do poder das facções exige uma resposta rápida das forças de segurança, entre as iniciativas dessa reação estão:
- Aumento do efetivo policial nas áreas de divisa;
- Intensificação do compartilhamento de informações entre as polícias estaduais;
- Implementação de novas tecnologias de monitoramento e vigilância;
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