O posicionamento reacende o debate sobre as responsabilidades institucionais no episódio que culminou na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes. Na ocasião, milhares de manifestantes contrários ao resultado das eleições presidenciais invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.
O ex-comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, afirmou em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas que a decisão de não prender manifestantes acampados em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023, foi tomada em conjunto com ministros do governo federal.
Segundo Arruda, houve uma avaliação conjunta entre a cúpula militar e representantes do Executivo sobre o risco de confronto e a possibilidade de agravamento da crise. “A decisão foi compartilhada. Havia preocupação com a escalada de violência e com a integridade física das pessoas ali presentes, inclusive de crianças e idosos”, afirmou o general.
O posicionamento reacende o debate sobre as responsabilidades institucionais no episódio que culminou na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes. Na ocasião, milhares de manifestantes contrários ao resultado das eleições presidenciais invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.
Parlamentares da oposição alegam omissão das Forças Armadas e cobram maior transparência sobre as orientações dadas aos militares naquele momento. Já integrantes do governo afirmam que houve tentativa de desestabilização democrática e que medidas legais foram tomadas dentro dos limites institucionais.
A declaração do ex-comandante deve repercutir nas próximas etapas da CPMI, que busca esclarecer a cadeia de comando e os responsáveis por omissões e falhas no enfrentamento dos atos antidemocráticos.