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Falta veracidade no resultado do pleito, afirma membro do Poder Eleitoral da Venezuela

Falta veracidade no resultado do pleito, afirma membro do Poder Eleitoral da Venezuela

Um dos principais órgãos do país, tornou-se o primeiro a desafiar publicamente os resultados oficiais

Em uma revelação surpreendente nesta segunda-feira (26), Juan Carlos Delpino, um destacado membro do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, expressou por meio de uma carta aberta sua preocupação com a falta de clareza e autenticidade nos resultados eleitorais recentemente divulgados pelo CNE, que confirmaram a reeleição de Nicolás Maduro para um novo período de seis anos.

Delpino, que faz parte do grupo de cinco reitores que dirigem o CNE, um dos principais órgãos do país, tornou-se o primeiro a desafiar publicamente os resultados oficiais. Estes têm sido amplamente contestados tanto pela oposição, que denuncia uma fraude eleitoral, quanto por uma significativa parte da comunidade internacional, incluindo nações como os Estados UnidosChile e os membros da União Europeia.

O reitor, que é conhecido por sua posição mais crítica ao governo dentro do CNE, destacou a falta de transparência no processo de seleção dos reitores pelo órgão eleitoral, dominado pela maioria pró-governo, escolhidos em um processo opaco pela Assembleia Nacional, controlada pelo chavismo, em agosto do ano anterior.

Integridade dos Resultados Eleitorais na Venezuela é Questionada por Membro do CNE

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A composição do CNE, com três de seus membros vinculados ao partido governista PSUV, alguns dos quais enfrentam sanções dos EUA por supostamente comprometerem o processo eleitoral e restringirem a liberdade de imprensa, foi um ponto de controvérsia. Delpino e outros reitores, percebidos como mais alinhados à oposição, expressaram oposição a várias decisões tomadas pelo órgão, incluindo a exclusão da União Europeia como observadora eleitoral.

A carta de Delpino, que agora vive na clandestinidade por medo de represálias, critica a maneira como o processo eleitoral foi conduzido, apontando para a exclusão de vozes dissidentes nas decisões do CNE e alegando que a legitimidade dos resultados foi comprometida. Ele argumenta que a resolução dos conflitos eleitorais deveria ocorrer internamente no CNE, com a convocação de técnicos e especialistas para revisar e auditar as atas eleitorais, sob a supervisão de observadores internacionais independentes.

A proposta de Delpino para uma auditoria internacional das atas eleitorais não encontrou respaldo na comunidade internacional, com países como o Brasil se posicionando contra tal exigência. Até o momento, nenhum órgão independente reconheceu os resultados que atribuem a Maduro 52% dos votos, contra 43% para seu principal adversário, Edmundo González.

Carter Center, a única entidade de renome que atuou como observador credenciado, contradiz as afirmações oficiais, apontando para uma vitória decisiva de González e questionando a democracia do processo eleitoral. Além disso, um painel de especialistas da ONU, apesar de não atuar como observador, acompanhou o processo e concluiu que o governo venezuelano falhou em cumprir com os padrões mínimos para uma eleição credível.

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