Empresários nos EUA pagam até US$ 5 milhões para jantar com Trump
Em uma estratégia que beira o inusitado, empresários de alto perfil estão desembolsando somas milionárias para participar de jantares exclusivos com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os eventos, realizados na icônica mansão Mar-a-Lago, na ensolarada Flórida, têm atraído a atenção tanto dos meios de comunicação quanto de especialistas em políticas públicas.
De acordo com uma reportagem detalhada do site Wired, o acesso individual à figura controversa pode chegar a US$ 5 milhões por encontro. Já os eventos com outros convidados – como o recente jantar organizado pelo comitê político Maga Inc. – custaram cerca de US$ 1 milhão por pessoa. Em um cenário onde exclusividade e poder frequentemente se misturam, tais cifras evidenciam a aposta dos empresários em conexões de alto nível.
Os convites para esses eventos não passaram despercebidos: um dos convites obtidos pela Wired informava que Trump participaria na qualidade de palestrante, sem a cobrança de doações durante o encontro. O evento chegou a integrar a lista de compromissos oficiais do republicano, aumentando a curiosidade sobre o real propósito dessas reuniões.
Um aspecto intrigante da operação diz respeito à destinação dos recursos arrecadados. Embora os detalhes ainda não tenham sido amplamente divulgados, fontes próximas ao assunto indicam que o dinheiro poderá ser investido na construção de uma biblioteca presidencial dedicada a Trump. Este espaço seria responsável por abrigar uma coleção de itens e arquivos da administração, memorializando o legado e os momentos marcantes do seu mandato.
Especialistas, no entanto, expressam preocupações em relação à natureza e ao valor desses eventos. Don Moynihan, professor de políticas públicas na Universidade de Michigan, ressalta que dificilmente se encontra um precedente em que presidentes, ainda em exercício, solicitem doações na casa dos milhões logo nas primeiras semanas da administração. “Parece não haver uma linha clara entre os negócios de Trump e a Presidência,” afirma Moynihan, sugerindo que os empresários que investem essas quantias podem estar, de alguma forma, almejando benefícios ou favores governamentais futuros.
Enquanto a Casa Branca se mantém em silêncio, sem responder ao pedido de comentário do portal Wired, a mobilização em torno desses jantares levanta questões sobre os limites entre eventos sociais de alto escalão e práticas de arrecadação que podem abrir margem para debate político e ético. Os jantares com Donald Trump em Mar-a-Lago não são apenas encontros de luxo; eles simbolizam uma interseção controversa entre poder, influência empresarial e estratégias políticas, em um momento em que o cenário americano continua a gerar intensos debates sobre a relação entre dinheiro e política.