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2025: O Ano em que “Rodar” Pode Sair Caro

2025: O Ano em que “Rodar” Pode Sair Caro

Gasolina inicia 2025 pressionada por defasagem de preço e aumento de ICMS

Em fevereiro, o consumidor brasileiro enfrentará mais um desafio no que diz respeito ao custo dos combustíveis. O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre gasolina e etanol terá um aumento de R$ 0,10 por litro, passando de R$ 1,37 para R$ 1,47. Já o diesel e o biodiesel verão suas alíquotas aumentarem R$ 0,06, de R$ 1,06 para R$ 1,12 por litro. Este ajuste ocorre em um cenário de alta dos preços internacionais do petróleo e valorização do dólar, fatores que já pressionam os custos nos postos de combustível.

A Escalada dos Custos

Os preços da gasolina e diesel começaram o ano com significativo aumento. A Petrobras, embora ainda não tenha decidido por novos reajustes, observa que a pressão vem de duas frentes: o aumento dos custos de importação e o preço de venda da maior refinaria privada do país, a Refinaria de Mataripe. Operada pela Acelen, a refinaria tem ajustado seus preços com mais frequência, refletindo o mercado internacional.

Segundo a pesquisa da Edenred Ticket Log, o diesel S-10 encerrou dezembro de 2024 com o maior valor desde então, atingindo uma média de R$ 6,27 por litro, marcando um aumento de 2,79% ao longo do ano. A gasolina e o etanol também registraram altas, alcançando R$ 6,29 e R$ 6,47 por litro, respectivamente.

Douglas Pina, diretor-geral de Mobilidade da Edenred Brasil, ressalta que “as altas no dólar têm afetado o mercado de combustíveis, além do aumento sazonal da demanda por transporte neste período do ano”.

As Crises históricas do Petróleo

O impacto recente nos preços dos combustíveis remonta a várias décadas de flutuações no preço do barril de petróleo. Momentos chave incluem:

  • Crise do Petróleo de 1973: O embargo da OPEP elevou o preço do petróleo drasticamente, gerando escassez e inflação global.
  • Guerra do Golfo em 1990: A instabilidade no Oriente Médio impulsionou o preço do petróleo acima de US$ 40 por barril.
  • Crise de 2008: O pico histórico de US$ 147 por barril, seguido por uma queda devido à crise financeira global.
  • Pandemia de 2020: Preços chegaram a cair devido à queda na demanda e excesso de oferta.

Atualmente, o preço do petróleo voltou a subir, saindo de cerca de US$ 72 para em torno de US$ 76 por barril. Preocupações com as sanções dos Estados Unidos ao Irã podem manter os preços instáveis.

A Resposta da Petrobrás

Magda Chambriard, presidente da Petrobras, enfatizou que a empresa “abrasileirou” os preços dos combustíveis, mas ainda registra bons resultados. Contudo, a defasagem no preço do diesel, medida pela Abicom, chegou a R$ 0,67 por litro em comparação à paridade de importação. A gasolina também apresenta uma defasagem, embora menor.

Apesar destas disparidades, a Petrobras não tem espaço para reduzir os preços nas refinarias, o que poderia compensar o aumento dos impostos – uma medida que já tomou em ocasiões anteriores. Enquanto as pressões externas continuam a ditar os rumos dos preços dos combustíveis, as projeções indicam que a situação pode permanecer tensa. Com o ICMS sobre os combustíveis subindo e as cotações do petróleo instáveis, consumidores e empresas precisam se preparar para novos desafios financeiros em 2025.

Impacto Econômico e Perspectivas Futuras

O impacto do aumento do ICMS e da alta internacional dos preços dos combustíveis pode ser significativo para a economia brasileira. A gasolina, que tem o maior peso no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), pode contribuir para uma elevação da inflação, que já se apresenta como uma preocupação constante para o governo e os consumidores.

A pressão inflacionária provocada pelos combustíveis tem o potencial de afetar diversos setores da economia, aumentando os custos de transporte e logística, que por sua vez podem ser repassados para os preços finais dos produtos.

Ajustes Econômicos Necessários

Em resposta a esses desafios, o governo pode ser pressionado a adotar medidas para mitigar os efeitos do aumento dos combustíveis na economia. Entre as alternativas possíveis estão:

  • Subvenções Temporárias: Prover subsídios aos combustíveis para amenizar o impacto para o consumidor final.
  • Incentivos à Produção de Energias Renováveis: Investir em fontes alternativas que possam reduzir a dependência do país em relação ao petróleo.
  • Diversificação da Matriz de Transportes: Promover o uso de transportes coletivos e modais alternativos para diminuir a demanda por combustíveis fósseis.

Olhando para o Futuro

Os mercados globais de petróleo continuarão a ser influenciados por uma série de fatores geopolíticos e econômicos, incluindo tensões no Oriente Médio, decisões da OPEP, e mudanças nas políticas energéticas de grandes consumidores como a China e os Estados Unidos. Enquanto o Goldman Sachs prevê que o preço do barril de petróleo possa atingir US$ 78 em junho, essas previsões estão sujeitas a alterações rápidas devido a condições inesperadas ou mudanças nas políticas internacionais.A capacidade do Brasil de lidar com essas flutuações será um teste não apenas para suas políticas energéticas, mas também para sua resiliência econômica em tempos de incerteza global.

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