Portal DATs

Internos de medicina denunciam jornadas abusivas e falta de estrutura em hospitais de ensino

Internos de medicina denunciam jornadas abusivas e falta de estrutura em hospitais de ensino

Estudantes de medicina têm enfrentado jornadas exaustivas e condições precárias durante o internato obrigatório em hospitais públicos e filantrópicos em todo o país.

Relatos vindos de diferentes estados apontam que os internos – estudantes dos dois últimos anos do curso de medicina – estão sendo submetidos a plantões de até 36 horas seguidas, muitas vezes sem acesso a alimentação adequada, local para descanso ou supervisão profissional.

Em vídeos e fotos compartilhados nas redes sociais, é possível ver estudantes dormindo no chão de salas hospitalares, improvisando colchões com jalecos e mochilas. Alguns denunciam situações de assédio moral e pressão constante para cumprir tarefas além da formação acadêmica, como preencher prontuários, acompanhar cirurgias sem orientação e executar funções típicas de profissionais contratados.

“São condições deploráveis. Não temos local para dormir, ficamos em pé por horas e ainda somos cobrados como se fôssemos médicos formados”, relata uma interna que preferiu não se identificar por medo de retaliações.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) e associações estudantis já foram acionados por grupos de estudantes que exigem mudanças urgentes nas normas do internato. Eles pedem limites de carga horária, fiscalização dos hospitais conveniados às universidades e a garantia de direitos básicos como segurança, descanso e alimentação.

O Ministério da Educação (MEC) informou, por meio de nota, que acompanha as denúncias e deve abrir um canal específico para receber relatos de abusos em estágios obrigatórios. Já o Ministério da Saúde ressaltou que os hospitais devem seguir as diretrizes éticas e pedagógicas determinadas pelas instituições de ensino superior.

Mais Notícias