Pela primeira vez, o artista apresenta sua exposição solo “Corpo Tropical” na Estação Pinacoteca
Na vibrante cena artística paulistana, um nome baiano se destaca: J. Cunha. Pela primeira vez, o artista apresenta sua exposição solo “Corpo Tropical” na Estação Pinacoteca, trazendo uma explosão de cores e significados que transcendem as fronteiras regionais.
A Fusão Única de J. Cunha
J. Cunha não é apenas um artista; é um contador de histórias visuais. Sua arte é uma mistura ousada de:
- Pop art americana
- Tropicalismo brasileiro
- Cultura sertaneja
- Influências afro-brasileiras
Esta combinação resulta em obras que são tanto visualmente impactantes quanto profundamente significativas.
O Sertão como Musa
Uma das obras mais emblemáticas da exposição é “Apocalipse do Radinho de Pilha”. Nela, Cunha retrata:
ELEMENTO | SIGNIFICADO |
---|---|
Boi magérrimo | Símbolo da fome e resistência sertaneja |
Pessoas com crianças | Representação da família e comunidade |
Noiva | Esperança e novos começos |
Mobiliário típico | Conexão com as raízes culturais |
Esta obra exemplifica como Cunha transforma as epopeias sertanejas em arte contemporânea, mesclando o tradicional com o moderno.
Da Mecânica à Arte
A jornada de J. Cunha é tão fascinante quanto sua arte:
- Nascido em Salvador, com raízes sertanejas
- Formação inicial como torneiro mecânico
- Estudos na Universidade Federal da Bahia
- Fundação do grupo de artistas Etzedrom
- Trabalhos no Teatro Castro Alves
- Colaboração com o bloco de Carnaval Ilê Aiyê
Cada etapa dessa trajetória contribuiu para moldar o estilo único do artista.
Inovação Técnica e Conceitual
Cunha não se limita a técnicas tradicionais. Nos anos 90, ele surpreendeu ao usar:
Técnica inovadora:
- Pó de garrafa PET
- Misturado com tinta acrílica
- Resultado: textura áspera que evoca o clima sertanejo
Além da Tela: Arte em Movimento
A exposição “Corpo Tropical” não se limita a pinturas estáticas. Ela inclui:
- Enormes peças em tecido usadas no Carnaval
- Trajes e cenários de desfiles dos últimos 25 anos
- Obras que ganham vida quando em movimento
Essas criações não só são arte visual, mas também ferramentas educativas sobre a cultura africana, preenchendo lacunas deixadas pelo sistema educacional brasileiro.
Um Artista Fiel às Suas Raízes
Enquanto muitos artistas migraram para São Paulo em busca de sucesso, J. Cunha escolheu um caminho diferente:
“Não vou virar artista migrante para sofrer. Vou ficar aqui no meu calor, arrastando minha sandália de couro aqui na Bahia mesmo.”
Esta decisão permitiu que Cunha mantivesse sua autenticidade e desenvolvesse um estilo verdadeiramente único.
Desafiando as Convenções
A exposição de J. Cunha na Estação Pinacoteca não é apenas uma mostra de arte, mas um desafio às instituições tradicionais. Segundo o curador Renato Menezes, a obra de Cunha “excede a lógica” dos museus convencionais, apresentando uma arte que é mais viva e dinâmica.
Serviço:
- Exposição: J. CUNHA: CORPO TROPICAL
- Local: Pina Estação – Largo General Osório, 66, São Paulo
- Período: De quarta a segunda, das 10h às 18h, até 29/09
- Entrada: Gratuita
- Classificação: Livre
Não perca a oportunidade de mergulhar no universo colorido e provocativo de J. Cunha, onde o sertão encontra o carnaval e a tradição dança com a inovação.
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