Na sua estreia em entrevistas como candidata presidencial, Kamala Harris destacou sua convicção de ser a escolha ideal para a presidência, enfatizando suas qualificações acima de questões de gênero e etnia. Durante o diálogo, optou por não detalhar suas propostas políticas.

A potencial histórica eleição de Harris como a primeira mulher negra e de descendência indiana à presidência dos Estados Unidos não foi um tópico central em seu discurso na convenção do partido democrata, e ela continuou a evitar o assunto na entrevista. Contudo, expressou emoção ao comentar uma foto em que aparece sendo observada por uma sobrinha durante um discurso, descrevendo a experiência como uma grande honra.

Em um momento da entrevista concedida à CNN, Harris foi questionada sobre as críticas de Donald Trump, que a acusou de se identificar como negra por conveniência. A candidata desviou, classificando a acusação como uma tática desgastada e pediu para seguir para a próxima pergunta.

Kamala Harris Enfatiza Competência Acima de Identidade em Primeira Entrevista Como Candidata

A performance de Harris era altamente antecipada, considerando suas interações anteriores com a imprensa, que por vezes prejudicaram sua imagem. As críticas de Trump à sua suposta inabilidade de lidar com a mídia foram rebatidas por uma Harris mais serena e preparada, embora suas respostas tenham sido vistas como evasivas por alguns, incluindo a repórter Dana Bash, que pressionou por detalhes sobre seus planos para o primeiro dia de governo, caso eleita.

Harris esboçou um plano focado em criar uma “economia de oportunidades“, mencionando propostas para redução de custos cotidianos, apoio a pequenas empresas e investimento em famílias americanas, sem, no entanto, entrar em detalhes.

Defendendo a administração Biden contra críticas relacionadas à economia e à inflação, Harris atribuiu os desafios econômicos à “herança maldita” de Trump. Ela também abordou críticas sobre mudanças em suas posições políticas, insistindo que seus valores permanecem consistentes, apesar de uma abordagem mais moderada em comparação com sua campanha presidencial de 2020.

Sobre temas polêmicos como o fracking e a detenção de imigrantes ilegais, Harris adotou uma postura defensiva, justificando suas posições atuais como evoluções de suas visões anteriores. Prometeu, ainda, avançar com uma reforma imigratória, caso eleita.

A vice-presidente também falou sobre a importância de diversidade de opiniões em seu potencial governo, prometendo nomear um republicano para seu gabinete, reforçando sua imagem como uma figura unificadora em um período de polarização política nos Estados Unidos.

Durante a entrevista, o candidato a vice-presidente, Tim Walz, teve uma participação limitada, focando em sua conexão emocional com questões como violência armada nas escolas, sem entrar em detalhes sobre controvérsias em sua biografia.