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Lira encerra mandato na Câmara com legado de centralização e poder

Lira encerra mandato na Câmara com legado de centralização e poder

Liderou com firmeza, dominou recursos parlamentares e prepara sucessor aliado.

Arthur Lira (PP-AL), 55, conclui sua gestão à frente da Câmara dos Deputados em janeiro, deixando uma marca indelével na política brasileira recente. Seu comando foi caracterizado por um estilo assertivo, controle sobre emendas parlamentares e a provável sucessão por um aliado.

Principais realizações e críticas

ASPECTOS POSITIVOSASPECTOS NEGATIVOS
Aprovação da Reforma TributáriaCentralização excessiva de poder
Fortalecimento do LegislativoRestrição de debates em plenário
Recorde na distribuição de emendasAcusações de truculência e autoritarismo
Estabilidade política na transição de governoModificações controversas no regimento

Emendas parlamentares e poder político

Lira consolidou o centrão como força dominante no Congresso, utilizando as emendas parlamentares como principal instrumento de negociação. Sob sua gestão, o valor das emendas atingiu o recorde de R$ 50 bilhões, reforçando seu poder tanto no governo Bolsonaro quanto no de Lula.

Trajetória política e controvérsias

Filho de político, Lira iniciou sua carreira em 1992 como vereador em Maceió. Sua ascensão foi marcada por escândalos, incluindo acusações de corrupção e violência doméstica, embora tenha sido absolvido ou teve casos arquivados em instâncias superiores.

Arthur Lira (PP-AL), que ocupa o cargo de presidente da Câmara dos Deputados – Imagem: Gabriela Biló/Folhapress, capturada em 30 de agosto de 2022 – Reprodução: Folha de São Paulo

Atuação na presidência da Câmara

  1. Modificou o regimento para limitar obstruções da minoria
  2. Acelerou votações de projetos de seu interesse
  3. Centralizou decisões e distribuição de relatorias

Relação com os governos

Lira demonstrou habilidade política ao transitar entre governos ideologicamente distintos:

  • Apoiou Bolsonaro, liderando a aproximação do centrão
  • Rapidamente se alinhou com Lula após a eleição de 2022

Perspectivas futuras

Apesar de mencionar um possível retorno ao “chão de fábrica” da Câmara, aliados especulam sobre uma candidatura ao Senado em 2026 ou até mesmo um ministério no governo Lula.

O legado de Lira é complexo e controverso. Enquanto aliados elogiam seu papel no fortalecimento do Legislativo, críticos apontam para uma concentração excessiva de poder e métodos questionáveis de governança. Sua influência na política brasileira, no entanto, é inegável e provavelmente continuará a ser sentida nos próximos anos.

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