Liderou com firmeza, dominou recursos parlamentares e prepara sucessor aliado.
Arthur Lira (PP-AL), 55, conclui sua gestão à frente da Câmara dos Deputados em janeiro, deixando uma marca indelével na política brasileira recente. Seu comando foi caracterizado por um estilo assertivo, controle sobre emendas parlamentares e a provável sucessão por um aliado.
Principais realizações e críticas
ASPECTOS POSITIVOS | ASPECTOS NEGATIVOS |
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Aprovação da Reforma Tributária | Centralização excessiva de poder |
Fortalecimento do Legislativo | Restrição de debates em plenário |
Recorde na distribuição de emendas | Acusações de truculência e autoritarismo |
Estabilidade política na transição de governo | Modificações controversas no regimento |
Emendas parlamentares e poder político
Lira consolidou o centrão como força dominante no Congresso, utilizando as emendas parlamentares como principal instrumento de negociação. Sob sua gestão, o valor das emendas atingiu o recorde de R$ 50 bilhões, reforçando seu poder tanto no governo Bolsonaro quanto no de Lula.
Trajetória política e controvérsias
Filho de político, Lira iniciou sua carreira em 1992 como vereador em Maceió. Sua ascensão foi marcada por escândalos, incluindo acusações de corrupção e violência doméstica, embora tenha sido absolvido ou teve casos arquivados em instâncias superiores.

Atuação na presidência da Câmara
- Modificou o regimento para limitar obstruções da minoria
- Acelerou votações de projetos de seu interesse
- Centralizou decisões e distribuição de relatorias
Relação com os governos
Lira demonstrou habilidade política ao transitar entre governos ideologicamente distintos:
- Apoiou Bolsonaro, liderando a aproximação do centrão
- Rapidamente se alinhou com Lula após a eleição de 2022
Perspectivas futuras
Apesar de mencionar um possível retorno ao “chão de fábrica” da Câmara, aliados especulam sobre uma candidatura ao Senado em 2026 ou até mesmo um ministério no governo Lula.
O legado de Lira é complexo e controverso. Enquanto aliados elogiam seu papel no fortalecimento do Legislativo, críticos apontam para uma concentração excessiva de poder e métodos questionáveis de governança. Sua influência na política brasileira, no entanto, é inegável e provavelmente continuará a ser sentida nos próximos anos.