Portal DATs

Lixão de Padre Bernardo: cerca de 20% do lixo que desmoronou já foi retirado

Lixão de Padre Bernardo: cerca de 20% do lixo que desmoronou já foi retirado

Análise de amostras de água indicam presença de manganês e benzeno no córrego Santa Bárbara

Transcorridos 18 dias desde que começou a operação de retirada do lixo que desmoronou sobre o córrego Santa Bárbara, no lixão da empresa Ouro Verde, em Padre Bernardo, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável informa que cerca de 20% de toda a massa que desabou na grota, de 42 mil metros cúbicos, já foi removida.

LEIA TAMBÉM 

‘Don Juan’, ex-doleiro de PC Farias é preso por estelionato amoroso em Goiás

Sogro e cunhado são investigados suspeitos de abusar e matar grávida em Goiás

Mais de 560 viagens de caminhão já foram realizadas. O lixo está sendo disposto de forma temporária em uma célula dentro da mesma propriedade. Uma segunda célula, com a mesma finalidade, está em processo de impermeabilização – metade desse serviço já foi concluído.

Conforme se estabeleceu no termo de ajuste de conduta (TAC) assinado no dia 11 de julho, no qual a empresa Ouro Verde se comprometeu com uma série de ações e prazos, a remoção do lixo que desmoronou deve ser finalizada até o dia 15 de setembro, antes do início do período chuvoso. O gerente da área de emergências ambientais da Semad, Sayro Reis, avalia que, se esse ritmo de trabalho se mantiver, a meta será cumprida. Ele informa também que, até o momento, tudo o que foi combinado no TAC foi feito.

Também dentro do próprio imóvel da Ouro Verde, está sendo escavada uma sexta lagoa de chorume, que vai contribuir para diminuir a sobrecarga existente sobre as outras cinco lagoas e permitir reparos nelas. Depois de feita a escavação, ela será impermeabilizada.

Análise da água

Amostras coletadas entre 26 de junho e 03 de julho de 2025 e analisadas por laboratório contratado pela Ouro Verde indicam que se mantém a contaminação da água do córrego Santa Bárbara. As coletas foram realizadas pelo laboratório em três pontos: o primeiro, antes da área atingida pelo desmoronamento; e os outros dois pontos localizados à jusante, ou seja, após a região afetada. As amostras foram colhidas nos dias 26/06, 29/06, 30/06, 01/07, 02/07 e 03/07.

Destaca-se o alto nível de benzeno encontrado, com resultado de 7 mg/L para a amostra coletada no dia 26/06 no primeiro ponto à jusante, sendo que o limite definido pela resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) 357/2005 é de, no máximo, 0,005 mg/L. Em todas as amostras coletadas neste ponto, os níveis de benzeno não atenderam os critérios da Conama 357/2005, com valores variando entre 1 e 7 mg/L. Na última coleta realizada neste ponto, no dia 03/07, o resultado foi de 1 mg/L. No segundo ponto à jusante os resultados também ficaram acima do valor máximo permitido. Do dia 29/06 a 03/07, os valores variaram entre 1 e 3,1 mg/L, todos acima do limite da Conama 357/2005.

Os níveis de manganês encontrados nos dias 26/06, 02 e 03/07, no primeiro ponto à jusante, também não atenderam ao padrão de qualidade da Conama 357/2005. Os valores foram iguais a 2,098 (no dia 26/06), 1,271 (no dia 02/07) e 0,631 mg/L (no dia 03/07), bem acima do valor máximo permitido igual a 0,1 mg/L. Para o segundo ponto à jusante os resultados ficaram abaixo do valor máximo permitido.

Tanto o benzeno como o manganês são substâncias capazes de provocar danos à saúde humana e ao meio ambiente. O benzeno é uma substância altamente tóxica que pode ser encontrada em resíduos industriais, tintas, gasolina, entre outros produtos. Já o manganês é encontrado, por exemplo, em resíduos industriais, pilhas e baterias.

Outros parâmetros que também ficaram em desconformidade com a Conama 357/2005 foram fenóis, demanda bioquímica de oxigênio, coliformes termotolerantes e oxigênio dissolvido.

A Semad também continua acompanhando a situação com uma equipe própria de análise de água. As análises de amostras coletadas pela pasta no dia 1º/8 apresentam resultados acima do permitido pela Conama 357/2005 para os parâmetros de fósforo total e demanda bioquímica de oxigênio no córrego Santa Bárbara. Já no rio do Sal, corpo d’água em que o córrego Santa Bárbara deságua, os resultados ficaram dentro dos limites da Conama 357/2005 para os parâmetros analisados.

Pedro Moura
ADMINISTRATOR
PERFIL

Mais Notícias