O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou nesta quarta-feira (8/5) a Moscou para participar das comemorações do Dia da Vitória, que celebra o triunfo da União Soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. Lula é um dos poucos líderes mundiais com presença confirmada no evento, que carrega forte simbolismo nas relações diplomáticas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou nesta quarta-feira (8/5) a Moscou para participar das comemorações do Dia da Vitória, que celebra o triunfo da União Soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. Lula é um dos poucos líderes mundiais com presença confirmada no evento, que carrega forte simbolismo nas relações diplomáticas entre Brasil e Rússia. Segundo analistas, a visita sinaliza um possível estreitamento de laços entre Lula e o presidente russo, Vladimir Putin.
Tradicionalmente, Putin utiliza a celebração como instrumento de propaganda nacionalista e para reforçar sua imagem de poder diante da comunidade internacional. Embora a presença de líderes estrangeiros tenha sido comum em anos anteriores — como a do premiê israelense Binyamin Netanyahu em 2018 —, desde o início da guerra na Ucrânia, em 2022, a adesão internacional ao evento diminuiu. Este ano, no entanto, a Rússia intensificou os preparativos para marcar o 80º aniversário do fim do conflito.
Segundo Gunther Rudzit, professor de relações internacionais da ESPM, a participação de chefes de Estado é uma ferramenta usada por Putin para demonstrar que a Rússia ainda conta com apoio internacional, especialmente após o isolamento provocado pela guerra. “A presença de líderes estrangeiros ajuda a construir a imagem de que a Rússia não está diplomática e politicamente isolada”, afirmou.
O destaque entre os presentes é o presidente da China, Xi Jinping, que fortaleceu os laços com Moscou desde o início da guerra, principalmente no campo econômico. O Brasil aparece logo em seguida como a maior economia latino-americana a confirmar presença. Outros convidados incluem líderes das ex-repúblicas soviéticas — como Armênia, Cazaquistão e Belarus — e de países como Cuba, Egito, Vietnã, Sérvia e Venezuela.
O líder da Eslováquia, Robert Fico, único representante da União Europeia convidado, ainda não confirmou participação. Já o presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, cancelou a viagem após adoecer nos EUA. Bruxelas havia alertado que sua presença poderia prejudicar o processo de adesão sérvio ao bloco europeu.
A expectativa de uma celebração de grande porte foi reforçada por Yuri Ushakov, principal conselheiro de política externa do Kremlin, que afirmou à imprensa estatal que o evento será “em larga escala”, apesar das tensões com o Ocidente.