A nova determinação amplia as exceções para a oferta deste medicamento
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revisou sua decisão anterior referente ao fornecimento do medicamento Elevidys, utilizado no tratamento da Distrofia Muscular de Duchenne (DMD). A nova determinação amplia as exceções para a oferta deste medicamento, cujo custo aproximado é de R$ 18 milhões por paciente.
Contexto da decisão
Em agosto, o ministro havia suspendido liminares que obrigavam a União a fornecer o Elevidys, mantendo apenas as autorizações para crianças prestes a completar sete anos nos próximos seis meses. A decisão atual estende essa exceção, incluindo também crianças que já ultrapassaram essa idade.
Impacto da medida e motivações
A revisão da decisão foi motivada por uma reportagem que destacou o caso de uma família afetada pela restrição anterior. O ministro busca equilibrar:
- As necessidades urgentes dos pacientes
- A gestão responsável dos recursos públicos de saúde
Processo de conciliação em andamento
O Ministério da Saúde está em negociações com a Roche Brasil, fabricante do Elevidys, para discutir:
- Preço do medicamento
- Condições de aquisição
- Possível compartilhamento de riscos
Uma nova proposta da farmacêutica é esperada para o final do mês.
Desafios e considerações
Impacto financeiro
- 55 ações judiciais relacionadas ao fornecimento do Elevidys
- 13 decisões já determinaram o fornecimento
- Custo potencial para o governo: R$ 252 milhões, podendo chegar a R$ 1 bilhão
Regulamentação e eficácia
- O Elevidys ainda aguarda registro na Anvisa
- Aprovado nos EUA pela FDA em 2023 para pacientes de 4 e 5 anos
- Ensaios clínicos iniciais mostram aumento da proteína microdistrofina em crianças tratadas
Próximos passos
Uma nova audiência de conciliação está prevista para o final de setembro, envolvendo:
- Ministério da Saúde
- Anvisa
- Hospitais
- Representantes da indústria farmacêutica
O objetivo é encontrar uma solução que equilibre o acesso ao tratamento com a sustentabilidade do sistema de saúde público.
Esta decisão do ministro Gilmar Mendes representa um desenvolvimento significativo no debate sobre o acesso a tratamentos de alto custo no Brasil, destacando a complexidade de equilibrar necessidades médicas urgentes com restrições orçamentárias e considerações éticas no sistema de saúde pública.
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