Uma performance memorável do outro lado da nação
Em exibição na vibrante cena paulistana, o espetáculo “Priscilla, a Rainha do Deserto” desdobra-se em uma narrativa envolvente sobre três drag queens, cada uma com suas peculiaridades, embarcando em uma jornada pelo árido deserto australiano do Outback. Seu destino? Uma performance memorável do outro lado da nação. A viagem é feita a bordo do ônibus batizado de Priscilla, palco de uma evolução relacional entre as personagens, que, apesar de um começo tenso e cheio de desafios, desenvolvem uma profunda amizade e um cuidado recíproco, superando preconceitos e tabus pessoais.
O elenco estelar inclui Reynaldo Gianecchini no papel de Tick, o protagonista, e Diego Martins como a jovem drag Felicia, compartilhando a cena com Wallie Ruy e Verónica Valenttino, duas talentosas atrizes trans que se alternam na interpretação de Bernadette Bassenger, enriquecendo a peça com suas vivências e perspectivas únicas.
Diversidade e Transcendência no Palco
Wallie Ruy, com uma trajetória marcada por sua passagem pelo icônico Teatro Oficina sob a tutela de Zé Celso Martinez Corrêa, destaca a riqueza trazida pela diversidade de escolas de atuação representadas no elenco. A peça se torna um mosaico de experiências, onde a intersecção das histórias pessoais dos atores com seus personagens adiciona profundidade e autenticidade à narrativa.
A inclusão de atrizes trans no papel de Bernadette é celebrada como um ato de “transcestralidade”, um resgate e uma reivindicação de espaços historicamente negados. Wallie e Verónica enfatizam a importância da representatividade e proporcionalidade no teatro, não apenas como um triunfo artístico, mas como um passo adiante na luta por visibilidade e oportunidades para artistas trans.
Trajetórias Inspiradoras
Wallie Ruy compartilha sua jornada desde performances independentes até reconhecimento em plataformas nacionais e internacionais, destacando a influência transformadora do Teatro Oficina em sua carreira. Verónica Valenttino, por sua vez, traz à tona sua história com o coletivo As Travestidas, marcando presença e conquistando prêmios importantes no cenário teatral brasileiro.
“Priscilla, a Rainha do Deserto” não é apenas uma celebração da arte drag e da cultura trans, mas também um convite à reflexão sobre a inclusão, a diversidade e o poder transformador da representatividade nos palcos. Em cartaz até 1º de setembro em São Paulo, o espetáculo promete ser um marco na trajetória do teatro brasileiro, abrindo caminhos e inspirando futuras gerações de artistas.
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