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Enchentes já deixam mais de 200 mil desalojados e 90 mortos

Calamidade no Rio Grande do Sul: Temporais deixam rastro de destruição e colocam centenas de municípios em alerta

A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional editou nova portaria, publicada em edição extra do Diário Oficial da União, neste domingo (6), ampliando para 336 municípios gaúchos o reconhecimento do estado de calamidade pública em razão das chuvas intensas que assolam a região. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), já havia declarado o estado de calamidade pública do Estado, após uma sequência de temporais que alagou consideráveis ​​municípios.

Ao obter o reconhecimento do governo federal do estado de calamidade pública, o Estado consegue maior agilidade nas ações de socorro federal de resposta e assistência. Medidas administrativas, como a contratação de bens e serviços necessários para socorrer a população e recompor serviços e obras de infraestrutura essenciais, podem ser implementadas sem necessidade de licitação pública.

Elevação do número de vítimas e previsão de mais chuva

O número de mortos em razão dos temporais que atingiram o Rio Grande do Sul subiu para 83, de acordo com o boletim divulgado pela Defesa Civil na manhã desta segunda-feira (6). São investigadas outras quatro mortes. Além disso, há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas. Conforme levantamento da Defesa Civil, são 141,3 mil pessoas fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9 mil desalojadas (nas casas de familiares ou amigos). Ao todo, 345 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850 mil pessoas.

A previsão de chuva para a partir da metade desta semana em áreas já castigadas por temporais volta a deixar o estado em alerta. De acordo com a Climatempo Meteorologia, o avanço de nova frente fria provoca aumento nas condições de pancadas fortes de chuva. A possibilidade de aumento do frio pode dificultar os resgates.

Desafios enfrentados e alerta para riscos futuros

O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação, atingindo 5,26 metros na última medição realizada às 5h15 desta segunda-feira (6). O governo decretou estado de calamidade, situação que foi reconhecida pelo governo federal. Com isso, o estado fica apto a solicitar recursos federais para ações de defesa civil, como assistência humanitária, proteção de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais.

A Defesa Civil colocou a maior parte das bacias hidrográficas do estado com risco de elevação das águas acima da cota de inundação.

Causas dos temporais e alerta para mudanças climáticas

Os meteorologistas afirmam que os temporais que ocorrem no Rio Grande do Sul são reflexo de, pelo menos, três ocorrências que ocorrem na região, agravadas pelas mudanças climáticas. Nas próximas 24 horas, há previsão de mais chuva.

A tragédia no estado está associada a correntes intensas de vento, a um corredor de umidade vindo da Amazônia, aumentando a força da chuva, e um bloqueio atmosférico, devido às ondas de calor.

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