Operação foi realizada em Goiás, Tocantins, Mato Grosso, São Paulo e no Distrito Federal. Polícia bloqueou R$ 127 milhões do grupo
Um grupo investigado por fraudar a emissão de Guias de Trânsito Animal (GTAs) e de notas fiscais referentes a movimentação de bovinos entrou na mira da Polícia Civil (PC) na manhã desta terça-feira, 1º, durante operação em Goiás, Distrito Federal e em outros três Estados.
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Ao todo, a corporação cumpriu quatro mandados de prisão preventiva, 19 de medidas cautelares diversas da prisão e 25 mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de R$ 127 milhões do bando. Em Goiás, os mandados foram cumpridos nas cidades de Catalão, Porangatu, Goiatuba, Luziânia, Anápolis, Jussara, Goianira e em Goiânia.
Nas demais unidades da federação, as ordens judiciais foram cumpridas em Brasília (DF), em Palmas (TO), em Pontal do Araguaia (MT) e em Cardoso (SP). A ação foi realizada com o apoio da Agrodefesa. Em nota, a agência informou que a operação começou após o setor de inteligência do órgão verificar inconsistências no uso do Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago).
Ainda segundo a Agrodefesa, análise técnica constatou que uma organização criminosa teve acesso indevido às credenciais de produtores rurais, utilizando-as para emitir GTAs fraudulentas. As guias eram utilizadas para esconder operações irregulares: sonegação fiscal, fraudes em empréstimos bancários e a documentação de rebanhos sem origem comprovada.
O órgão ressalta que não houve quebra na segurança do Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago), mas falhou no uso das credenciais por parte de alguns usuários (confira a nota na íntegra abaixo).
Nota Agrodefesa
“A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) informa que é parceira da Polícia Civil de Goiás na Operação Paper Ox, deflagrada nesta terça-feira (01/07), por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR), com o objetivo de combater fraudes na emissão de Guias de Trânsito Animal (GTAs) e notas fiscais relativas à movimentação de bovinos.
Cabe destacar que as investigações que culminaram na operação policial tiveram início a partir da atuação do setor de inteligência e tecnologia da própria Agrodefesa, que identificou inconsistências no uso do Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago). A partir dessa apuração preliminar, a Agência encaminhou as informações à Secretaria da Economia do Estado de Goiás e à Polícia Civil, que instaurou a investigação e adotou as medidas legais cabíveis.
Durante a análise técnica, foi constatado que uma organização criminosa teve acesso indevido às credenciais (login e senha) de produtores rurais, utilizando-as para emitir GTAs fraudulentas. Essas guias eram utilizadas para acobertar operações irregulares, como sonegação fiscal, fraudes em empréstimos bancários e a documentação de rebanhos sem origem comprovada.
Ressaltamos que não houve quebra na segurança do sistema Sidago, mas sim falha no uso das credenciais por parte de alguns usuários que, por algum motivo, compartilharam suas senhas pessoais, o que contraria as boas práticas de segurança digital e os termos de uso do sistema.
A Agrodefesa reforça a importância de que as credenciais de acesso sejam utilizadas exclusivamente pelos seus titulares, sendo terminantemente proibido o compartilhamento de senhas. Recomendamos, ainda, o acesso preferencial por meio da conta gov.br e a troca periódica das senhas, como forma de garantir a integridade do sistema e a segurança das informações.
A Agência permanece à disposição das autoridades policiais e reafirma seu compromisso com a transparência, a integridade dos dados e a legalidade nas ações de defesa agropecuária em Goiás”.