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Da Casa Civil para Alvo da PF: Quem é o Coronel Peregrino?

Da Casa Civil para Alvo da PF: Quem é o Coronel Peregrino?

Braço direito de Braga Netto fazia ponte entre investigados e articulava estratégias de defesa

O Homem por Trás dos Generais: Coronel Peregrino e seu Papel na Suposta Trama

O coronel da reserva Flávio Botelho Peregrino, de 56 anos, emergiu como uma figura central nas investigações da Operação Tempus Veritatis, conduzida pela Polícia Federal (PF) no último sábado (14). Apelidado de “Cid de Braga Netto”, Peregrino ganhou destaque por sua estreita ligação com o general Walter Braga Netto, ex-ministro do governo Bolsonaro, preso preventivamente durante a operação.

Embora não seja oficialmente listado como investigado, Peregrino foi alvo de mandados de busca e apreensão simultâneos à prisão de Braga Netto. A operação, que investiga uma suposta trama golpista após as eleições de 2022, trouxe à tona o papel crucial do coronel nos bastidores do poder.

Trajetória de lealdade

O ‘Cid de Braga Netto’ sob os holofotes da Operação Tempus Veritatis”

Peregrino acompanhou Braga Netto em todas as suas funções nos últimos quatro anos, desde a Casa Civil até o Ministério da Defesa, culminando na sede do Partido Liberal (PL) em Brasília. Sua lealdade ao general é descrita por fontes próximas como motivada por “camaradagem”, sem envolver remuneração formal por seus serviços de assessoria.

Quem é Peregrino?

Coronel de infantaria formado na Academia Militar das Agulhas Negras em 1989, transitou do comando de batalhões para funções de comunicação e assessoria. Sua carreira inclui passagens pelo Centro de Comunicação Social do Exército e como assessor do porta-voz do governo Bolsonaro, general Otávio Rêgo Barros.

Documentos comprometedores

O elemento mais contundente que liga Peregrino à investigação são documentos encontrados em sua mesa na sede do PL. Entre eles, destaca-se uma lista de perguntas e respostas sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. A PF suspeita que esse material possa conter informações sigilosas da colaboração de Cid.

Ainda mais alarmante foi a descoberta de um manuscrito intitulado “Operação 142”, fazendo referência ao artigo 142 da Constituição Federal. O documento delineava ações antidemocráticas, incluindo a “anulação das eleições” e a “prorrogação dos mandatos”.

Um aspecto intrigante revelado pela investigação é o envolvimento de Peregrino na preparação de depoimentos. Notavelmente, ele teria treinado o general Augusto Heleno para seu depoimento na CPI do 8 de janeiro no Congresso Nacional. Essa atividade levanta questões sobre a extensão da coordenação entre os investigados e a possível construção de narrativas alinhadas.

Defesa e Restrições

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu Peregrino de manter contato com outros investigados. A defesa do coronel não foi localizada para comentários, enquanto os advogados de Braga Netto optaram por se manifestar apenas nos autos do processo.

Implicações futuras

O caso tem gerado intenso debate no cenário político brasileiro. Opositores do governo Bolsonaro veem nas investigações a confirmação de suas suspeitas sobre tentativas de subverter o processo democrático. Por outro lado, apoiadores do ex-presidente argumentam que as ações são politicamente e constitucionalmente motivadas. A investigação envolvendo o coronel Flávio Botelho Peregrino e outros militares de alta patente representa um capítulo crucial na compreensão dos eventos pós-eleitorais de 2022. À medida que mais informações vêm à tona, o país busca entender as implicações para o futuro da democracia brasileira e o papel das Forças Armadas na política nacional.

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