Piloto Morre, Quatro Sobrevivem em Acidente Aéreo em Ubatuba
Em uma manhã chuvosa de quinta-feira (9), o litoral paulista foi palco de mais um acidente envolvendo uma aeronave de pequeno porte, desta vez no Aeroporto Estadual de Ubatuba. O acidente resultou na morte do piloto e deixou quatro passageiros feridos. O jato “varou a pista” como dizem os profissionais da aviiação, ou seja, não conseguiu parar a tempo e saiu da pista em direção a praia. Quase que por milagre nenhum banhista pedestre ou veículos foi atingido, tendo em vista que no final da pista do aeroporto há uma avenida movimentada antes da praia. Apenas uma pessoa ficou torceu o tornozelo ao tentar correr para longe da aeronave.
O Acidente em Detalhes
Por volta das 10h30, um jato Cessna Citation, com capacidade para oito pessoas, tentava pousar na pista molhada do aeroporto quando ultrapassou os limites, rompeu o alambrado da Cabeceira 09 e terminou sua trajetória no mar. O piloto goianiense Paulo Seghetto ficou preso às ferragens e não resistiu aos ferimentos.
Entre os passageiros estavam a empresária goiana Mireylle Fries, seu marido Bruno Almeida, e os dois filhos do casal. Mireylle passou por uma cirurgia de emergência na Santa Casa de Ubatuba, enquanto os demais foram transferidos para um hospital em Caraguatatuba.
Condições Climáticas Adversas
As autoridades locais reportaram que Ubatuba registrou um dos maiores índices pluviométricos do estado nas 24 horas anteriores ao acidente, com 41 milímetros de chuva nas últimas 12 horas. Essas condições podem ter contribuído significativamente para a dificuldade no pouso da aeronave.
Investigações em Andamento
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) já iniciou as investigações para determinar as causas exatas do acidente. A Força Aérea Brasileira (FAB) também enviou uma equipe de investigadores ao local.
Retrospectiva de Acidentes com Jatos Executivos em 2024
Este incidente em Ubatuba não é um caso isolado. O ano de 2024 tem sido marcado por uma série de acidentes envolvendo aeronaves executivas no Brasil, levantando questões sobre a regulamentação e a segurança desse setor da aviação.
Belo Horizonte (Março de 2024)
Um jato Learjet 45 caiu logo após a decolagem do Aeroporto da Pampulha, resultando na morte de todos os ocupantes. O acidente foi atribuído a falhas mecânicas não detectadas durante a manutenção.
São Paulo (Junho de 2024)
Um Embraer Phenom 300 teve problemas no trem de pouso durante o pouso no Aeroporto de Congonhas. Apesar do susto, não houve vítimas fatais, mas o incidente causou atrasos significativos no aeroporto mais movimentado do país.
Pantanal (Setembro de 2024)
Um Cessna Citation CJ4 desapareceu durante um voo entre Corumbá e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Os destroços foram encontrados dias depois em uma área remota do Pantanal, sem sobreviventes.
Impacto na Indústria e Medidas de Segurança
Esses acidentes têm levado a indústria da aviação executiva a reexaminar seus protocolos de segurança. A Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG) anunciou, em outubro de 2024, um programa abrangente de treinamento e certificação para pilotos de jatos executivos, visando reduzir a incidência de acidentes.
A tragédia não apenas impactou as vidas das famílias envolvidas, mas também reacendeu o debate nacional sobre a necessidade de regulamentações mais rígidas e treinamento mais intensivo para pilotos de aeronaves executivas. O setor, as autoridades reguladoras e os operadores de aeroportos enfrentam agora o desafio de implementar mudanças que possam prevenir futuros acidentes e restaurar a confiança do público na aviação executiva brasileira.