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Incêndio no túmulo do patriarca Assad marca nova era na Síria

Incêndio no túmulo do patriarca Assad marca nova era na Síria

Insurgentes ateiam fogo ao túmulo de Hafez al-Assad em Qardaha

Em um ato simbólico que marca o fim de uma era, o mausoléu de Hafez al-Assad, pai da dinastia que governou a Síria por décadas, foi incendiado por rebeldes na cidade de Qardaha. Este evento ocorre poucos dias após a surpreendente fuga de Bashar al-Assad, filho e sucessor de Hafez, para a Rússia, encerrando um longo período de governo autoritário no país.

O ataque e suas implicações

O ataque ao mausoléu, relatado pela ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos, aconteceu em 11 de maio, na cidade natal de Hafez al-Assad. Imagens divulgadas pela agência France Presse mostram combatentes não identificados no local, com focos de incêndio ao redor do túmulo.

DETALHES DO MAUSOLÉU
Local: Qardaha, Síria
Sepultados: Hafez al-Assad e seu filho Bassel
Estrutura: Grande salão semelhante a uma mesquita

O incidente levanta questões sobre a identidade dos atacantes, com especulações sobre o possível envolvimento da HTS (Organização para a Libertação do Levante), grupo que liderou a recente ofensiva contra o regime Assad.

Insurgentes sírios protagonizaram um ato de destruição simbólica ao atear fogo ao túmulo de Hafez al-Assad, patriarca da dinastia que governou o país por décadas – Reprodução da imagem: Folha de São Paulo

A dinastia Assad e seu legado

Hafez al-Assad governou a Síria com mão de ferro de 1971 até sua morte em 2000. Seu regime foi marcado por um forte culto à personalidade, prática que foi continuada por seu filho Bashar. A família Assad, pertencente à minoria alauita, manteve o controle sobre as principais estruturas de poder do país, incluindo o Exército.

Cronologia da dinastia Assad:

  1. 1971: Hafez al-Assad assume o poder através de um golpe militar
  2. 1994: Morte de Bassel al-Assad, herdeiro presumido
  3. 2000: Morte de Hafez e ascensão de Bashar al-Assad ao poder
  4. 2023: Queda do regime de Bashar al-Assad

Desafios da transição política

A transição de poder na Síria, embora anunciada como pacífica, enfrenta diversos desafios e incertezas. Ahmed al-Sharaa, líder da HTS, declarou que a anistia oferecida aos militares do regime anterior não se estenderá àqueles envolvidos em torturas e crimes de guerra, levantando preocupações sobre possíveis perseguições.

A comunidade internacional observa atentamente o desenrolar dos eventos. ONU e EUA condicionaram a retirada do rótulo de organização terrorista da HTS às suas ações práticas durante este período de transição.

Papel da Turquia e questões regionais

A Turquia, que apoiou a ofensiva contra o regime Assad, agora enfrenta pressão internacional para garantir o comportamento adequado de seus aliados sírios. Um ponto de tensão particular é a questão curda, com Ancara se opondo à autonomia curda no nordeste da Síria.

Desafios econômicos e sociais

Além das questões políticas e de segurança, a Síria enfrenta sérios desafios econômicos:

PROBLEMASITUAÇÃO ATUAL
Sistema bancárioBancos ainda fechados
Taxa de câmbioDescontrolada, variando de 15.000 a 25.000 libras sírias por dólar

A estabilização econômica e a reconstrução do país serão tarefas cruciais para o novo governo interino liderado por Mohammed al-Bashir.

Em conclusão, o ataque ao mausoléu de Hafez al-Assad simboliza o fim de uma era na Síria, mas também marca o início de um período de incertezas e desafios. A comunidade internacional e os atores regionais continuarão a desempenhar papéis importantes na formação do futuro do país, enquanto os sírios enfrentam a difícil tarefa de reconstruir sua nação após décadas de conflito e autoritarismo.

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