Ex-candidato presidencial junta-se a outros opositores do regime de Maduro em solo espanhol
A recente chegada de Edmundo González Urrutia a Madri solidifica o papel da Espanha como um importante refúgio para opositores do regime venezuelano. O ex-candidato presidencial, que disputou as últimas eleições contra Nicolás Maduro, desembarcou na capital espanhola no domingo (8), acompanhado de sua esposa, Mercedes González.
Em uma carta publicada na rede social X, González explicou sua decisão de deixar a Venezuela:
“Optei por este caminho pensando no futuro da Venezuela e na convicção de que nosso destino como nação não deve ser marcado por conflito e sofrimento. Considerei minha família e todos os lares venezuelanos neste momento de grande tensão. Meu objetivo é contribuir para uma mudança positiva e ajudar a construir uma nova era para nosso país.”
O ex-diplomata agradeceu o apoio do governo espanhol e da Embaixada da Holanda em Caracas, onde se abrigou temporariamente após as eleições. Ele também expressou gratidão à líder opositora Maria Corina Machado, que permanece na Venezuela.
A chegada de González à Espanha não é um caso isolado. O país europeu tem se tornado um importante destino para figuras proeminentes da oposição venezuelana:
OPOSITOR | ANO DE CHEGADA | CONTEXTO |
---|---|---|
Leopoldo López | 2020 | Após 18 meses na embaixada espanhola em Caracas |
Antonio Ledezma | 2017 | Ex-prefeito de Caracas, fugiu após prisão domiciliar |
Julio Borges | 2021 | Ex-presidente do Parlamento venezuelano |
Leopoldo López Gil | 2014 | Pai de Leopoldo López, eleito deputado europeu |
Além das figuras públicas, a Espanha tem acolhido um número significativo de cidadãos venezuelanos. Dados recentes do Instituto Nacional de Estatística espanhol mostram que:
- Mais de 400 mil venezuelanos residem na Espanha
- Cerca de 25% possuem estatuto de proteção internacional
- Em 2019, uma nova lei facilitou a concessão de residência por razões humanitárias
- De janeiro a setembro de 2023, 38.204 venezuelanos receberam proteção na Espanha
O ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel Albares, já indicou que González receberá asilo político, negando qualquer negociação com Caracas para sua saída. O ex-candidato, de 75 anos, tornou-se alvo do regime de Maduro após sua coalizão contestar os resultados eleitorais, baseando-se em uma contagem paralela de votos.
A crescente comunidade venezuelana na Espanha tem se mobilizado em apoio à democracia em seu país de origem. Carolina González, filha do ex-candidato e residente em Madri desde 2014, tem participado ativamente de manifestações pró-democracia organizadas por expatriados venezuelanos.
Este fluxo contínuo de dissidentes políticos e cidadãos em busca de proteção reforça o papel da Espanha como um importante aliado da oposição venezuelana, oferecendo não apenas refúgio, mas também uma plataforma para que essas vozes continuem a ser ouvidas internacionalmente.
Para mais informações sobre a situação na Venezuela, consulte os relatórios da ONU e da Anistia Internacional.
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