Portal DATs

Submarino Titan: perda de integridade do casco e ‘graves falhas’ causaram implosão

Submarino Titan: perda de integridade do casco e ‘graves falhas’ causaram implosão

Relatório final foi divulgado pela Guarda Costeira dos EUA. Investigação sobre a implosão do submersível começou em 2023

O submarino Titan implodiu por ter sido projetado de forma inadequada e por “graves falhas” de protocolos de segurança da empresa Oceangate, dona do veículo, afirmou a Guarda Costeira dos Estados Unidos em relatório final da investigação sobre a implosão divulgado nesta terça-feira, 5.

LEIA TAMBÉM 

Gusttavo Lima leiloa cavalo de série da Netflix por R$ 5 milhões; vídeo

Servidora desviou mais de R$ 400 mil da Prefeitura de Goiânia para obras de feitiçaria

Ainda segundo a Guarda Costeira americana, o desastre ocorrido em 2023 é considerado evitável, e a principal causa que levou à implosão do Titan foi a perda de integridade estrutural de seu casco de fibra de carbono.

“A principal causa [da implosão] é o fato de a Oceangate não ter seguido protocolos de engenharia estabelecidos para segurança, testes e manutenção do submersível. (…) Por vários anos antes do incidente, a empresa usou táticas de intimidação, o argumento de que realizava operações científicas e sua reputação positiva para escapar da fiscalização. Ao criar e explorar de forma estratégica uma confusão acerca das regras e supervisões, a empresa conseguiu operar o Titan totalmente fora dos protocolos estabelecidos para mergulhos em grandes profundidades”, afirmou a Guarda Costeira americana

O submarino Titan desapareceu no dia 18 de junho de 2023 durante uma expedição aos destroços do navio Titanic. O veículo implodiu a cerca de 3.350 metros de profundidade por conta da pressão da água e todos os passageiros morreram instantaneamente. Havia cinco pessoas à bordo:

  • Richard Stockton Rush, então diretor-executivo da Oceangate
  • Shahzada Dawood, empresário paquistanês;
  • Suleman Dawood, filho do empresário paquistanês;
  • Hamish Harding, empresário bilionário e explorador britânico;
  • Paul-Henry Nargeolet, ex-comandante da Marinha Francesa e renomado oceanógrafo.

Cultura de trabalho tóxica

O documento também apontou falhas nos processos de certificação, manutenção e inspeção do submarino, além de “uma cultura de trabalho tóxica na Oceangate”. Veja abaixo as causas da implosão listadas pela Guarda Costeira americana:

  1. O design do Titan e testes conduzidos pela Oceangate não seguiram princípios básicos de engenharia para construir um casco resistente o suficiente para operar com segurança em ambientes de alta pressão;
  2. O casco do submarino, feito de fibra de carbono, apresentava falhas que enfraqueceram a estrutura como um todo, e cita elementos como enrolamento, cura, colagem, espessura do casco e padrões de fabricação;
  3. A Oceangate não investigou a fundo incidentes anteriores à expedição ao Titanic que comprometeram a integridade do casco e de outros componentes críticos do Titan, e continuou o utilizando sem realizar inspeções adequadas.
  4. A Oceangate não fez um estudo para determinar a vida útil do casco do Titan, e não fez manutenções preventivas durante período em que ficou fora de operação antes da expedição ao Titanic em 2023;
  5. A Oceangate confiou excessivamente em um sistema de monitoramento em tempo real para avaliar a condição do casco, mas não analisou adequadamente os dados fornecidos por esse sistema;
  6. A empresa mantinha um ambiente de trabalho tóxico, em que usava demissões de funcionários experientes e a constante ameaça de desligamento para desencorajar empregados e prestadores de serviço a levantarem preocupações sobre segurança.

O relatório divulgado nesta terça corrobora relatos de fragilidades do submarino Titan e negligência dos donos da Oceangate durante testemunhos de ex-funcionários da empresa em audiência pública em 2024.

Pedro Moura
ADMINISTRATOR
PERFIL

Mais Notícias

1 Comment