A decisão de remover Trump das redes partiu das próprias empresas (X, Facebook, Instagram e YouTube)
Assim como Pablo Marçal, candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRTB, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enfrentou a suspensão de suas contas em diversas plataformas digitais. Apesar de seus seguidores continuarem a disseminar seus conteúdos, houve uma notável diminuição na audiência e no engajamento do ex-presidente.
Trump foi excluído de plataformas como Twitter (agora X), Facebook, Instagram e YouTube, além de outras, após o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, um evento que buscava impedir a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden, seu oponente democrata, resultando em cinco fatalidades. A decisão de remover Trump das redes partiu das próprias empresas, sob pressão da sociedade civil e aliados de Biden, diferentemente do caso brasileiro de Marçal, cujas contas foram bloqueadas judicialmente.
Nos Estados Unidos, as plataformas justificaram a suspensão de Trump por ele ter infringido políticas contra incitação à violência. A ausência de Trump nas redes sociais levou a uma queda significativa nas postagens que promoviam desinformação sobre fraude eleitoral nas eleições de 2020.
Um estudo da Zignal Labs revelou que, nos dez dias seguintes à suspensão de Trump, houve uma redução de 73% nas falsas alegações e menções a fraudes eleitorais nas redes sociais. Em um ano, as menções a Trump no X, Facebook e Instagram caíram 88%, de acordo com a mesma pesquisa.
A restrição digital impactou fortemente o engajamento nas publicações de Trump. Uma análise do The New York Times, em junho de 2021, mostrou que, antes do banimento, suas postagens alcançavam em média 272 mil curtidas e compartilhamentos, número que depois despencou para uma média de 36 mil em declarações publicadas em seu site oficial, na página de arrecadação de fundos de sua campanha e em e-mails.
Contudo, 11 das 89 declarações de Trump após o veto conseguiram alcançar o mesmo número de curtidas de antes. Seus aliados políticos, influenciadores e seguidores mantiveram a disseminação de seus comunicados através de blogs, e-mails e vídeos de eventos.
Em fevereiro de 2022, Trump inaugurou sua própria plataforma social, a Truth Social, que não alcançou o sucesso esperado, registrando 7,6 milhões de seguidores e enfrentando dificuldades financeiras. Ainda assim, capturas de tela de suas postagens na Truth Social são compartilhadas por seus seguidores em outras redes.
As consequências do banimento de Trump também se estenderam ao âmbito jurídico. Após sua suspensão, o governador republicano da Flórida, Ron DeSantis, promulgou uma lei proibindo o banimento de candidatos a cargos públicos pelas redes sociais, medida que foi posteriormente anulada pela Justiça e está atualmente sob revisão.
Em julho de 2021, Trump processou Facebook, Twitter e Google, alegando violação de sua liberdade de expressão conforme a Primeira Emenda da Constituição americana.
O retorno de Trump às redes sociais ocorreu em 2023, com a reativação de sua conta no Twitter por Elon Musk, menos de um mês após assumir a plataforma, em novembro de 2022. Atualmente, Trump possui 89,9 milhões de seguidores no Twitter e retomou postagens frequentes nos últimos meses. A Meta readmitiu Trump em janeiro de 2023, onde agora conta com 60 milhões de seguidores no Instagram e Facebook, e o YouTube reativou seu canal em março de 2023, que possui 3,1 milhões de seguidores.
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