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Vovó já dizia: Aumenta o Diesel, Aumenta Tudo!

Vovó já dizia: Aumenta o Diesel, Aumenta Tudo!

Diesel caro pressiona a pedra no sapato da popularidade do governo: O Preço da Comida.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou o impacto do novo reajuste da Petrobras, que elevou em mais de 6% o preço médio do diesel para distribuidoras, atingindo R$ 3,72 por litro. Este foi o primeiro ajuste do valor do combustível em mais de um ano. Assessores do Planalto afirmam que o aumento real foi baixo, especialmente em comparação com um aumento no preço da gasolina, cujo impacto na inflação é mais “real e imediato”. Em um cenário de constantes oscilações econômicas, o aumento no preço do diesel, anunciado recentemente pela Petrobras, reacendeu dúvidas e memórias sobre a histórica greve dos caminhoneiros de 2018, também chamada de Crise do Diesel. Após o Impeachment de Dilma Roussef, o Brasil viveu uma intensa paralisação de caminhoneiros autônomos, iniciada no dia 21 de maio, durante o governo do “ex-vice” e então presidente Michel Temer. A greve só foi encerrada com a intervenção das forças do Exército Brasileiro.

Monitoramento e Estratégias do Governo

O governo está atento a qualquer sinal de insatisfação entre categorias que poderiam ser diretamente impactadas, como os caminhoneiros. No entanto, até o momento, não houve alertas significativos, segundo fontes internas. A estratégia do governo Lula também se apoia na expectativa de que a queda do dólar possa suavizar o impacto do aumento do diesel, reforçando assim uma política econômica focada na estabilidade. A oposição tem utilizado o aumento do diesel como uma arma política contra o governo Lula. No X (antigo Twitter), figuras como Ciro Nogueira questionam a quem o governo irá culpar pelo aumento. Em resposta, petistas argumentam que o aumento direto na bomba é consequência do ICMS, imposto estadual, que tem um impacto direto e abrangente na inflação. Portanto é melhor “encher o tanque” nos estados com as menores alíquotas do Brasil: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Espírito Santo “mordem”  apenas 17% enquanto o Maranhão, campeão absoluto “arranca” 22% sobre a Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços. Isso em teoria é claro! O repasse do aumento ao consumidor final depende de múltiplos fatores, incluindo impostos e margens de lucro na distribuição e revenda. Além disso, o mercado brasileiro também é abastecido por refinarias privadas e importações, o que adiciona outra camada de complexidade à formação dos preços “na bomba”.

Os assessores de Lula destacam ainda que, mesmo com os aumentos recentes, o preço do diesel ainda está R$ 0,77 mais barato do que em dezembro de 2022, ao final do governo de Jair Bolsonaro. Essa comparação é utilizada para minimizar críticas e reforçar que, apesar do aumento de R$ 0,22, o cenário atual é mais favorável do que no passado recente. A velha tática do “Está ruim mas estava pior” pode até surtir um efeito calmante inicial e prevenir uma outra greve, mas pressiona uma outra frente que é a grande pedra no sapato da popularidade do governo: O Preço da Comida.

O que mais “Sobe” junto com o Diesel

O preço do diesel tem um impacto significativo no custo dos alimentos, influenciando diversos aspectos da cadeia de produção e distribuição. Os mais afetadas pelo aumento, além de você e eu, serão:

1. Transporte e Logística

  • Custo de Transporte: O diesel é o principal combustível utilizado no transporte rodoviário, que é o meio mais comum para o transporte de alimentos no Brasil. Qualquer aumento no preço do diesel se traduz diretamente em custos mais altos de transporte.
  • Distribuição: O aumento nos custos de transporte impacta a distribuição de alimentos desde o produtor até os mercados e supermercados, elevando o preço final para os consumidores.

2. Produção Agrícola

  • Máquinas Agrícolas: Tratores, colheitadeiras e outras máquinas agrícolas que funcionam a diesel enfrentam custos operacionais mais altos. Isso pode aumentar o custo de produção de alimentos.
  • Insumos Agrícolas: O transporte de insumos agrícolas, como fertilizantes e sementes, também é afetado, elevando o custo total de produção.

3. Efeito Cascata nos Preços

  • Cadeia de Suprimentos: O aumento nos custos de transporte e produção pode levar a um efeito cascata em toda a cadeia de suprimentos. Os produtores repassam esses custos adicionais aos distribuidores, que por sua vez os repassam aos varejistas, resultando em preços mais altos para os consumidores finais.
  • Inflação Alimentar: A elevação dos preços dos alimentos contribui para a inflação alimentar, que pode afetar de forma desproporcional as famílias de baixa renda, que gastam uma maior parte de seu orçamento em alimentos.

4. Impactos Econômicos e Sociais

  • Poder de Compra: Com alimentos mais caros, os consumidores precisam ajustar seu orçamento, o que pode levar a uma diminuição no poder de compra e a escolhas alimentares menos saudáveis.
  • Segurança Alimentar: Em casos extremos, o aumento nos preços dos alimentos pode afetar a segurança alimentar, especialmente em regiões menos favorecidas.

A Petrobras apresentou um balanço ao seu conselho de administração, defendendo sua política de preços frente às cotações internacionais. A empresa afirmou que, apesar das defasagens, suas práticas garantiram a venda de combustíveis em níveis competitivos e dentro dos parâmetros estabelecidos.

Enquanto o governo busca formas de minimizar o impacto do aumento e manter a estabilidade econômica, a memória da greve dos caminhoneiros de 2018 serve como um lembrete constante dos desafios associados ao preço dos combustíveis no Brasil. Com a volatilidade do mercado ainda presente, as ações do governo e da Petrobras serão cruciais para determinar o rumo da inflação nos próximos meses.

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1 Comment

  • […] Em meio a um cenário internacional em transformação e à queda na cotação do petróleo, representantes do governo brasileiro apontam que o preço do diesel praticado pela Petrobras está consideravelmente acima dos valores de referência globais. Segundo análises recentes, o combustível é vendido com um acréscimo de até R$ 0,40(variando em diferentes partes do território nacional). Isso já representa um obstáculo para a economia, especialmente em um momento de constante preocupação com a inflação, uma vez que o preço do Diesel influencia diretamente no frete de praticamente tudo, como mostramos em outra rep… […]

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