O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, protagonizou uma entrevista tensa e reveladora à Fox News, na qual reafirmou a importância dos Estados Unidos como parceiro estratégico numa conjuntura de intensas negociações de paz e confrontos diplomáticos. O episódio ganhou notoriedade, especialmente após o impasse e as tensões vividas na Casa Branca, durante um bate-boca público com o ex-presidente Donald Trump.

Durante a entrevista, realizada em inglês, Zelenski adotou um tom contido, mas sem ocultar seu desconforto diante de críticas exacerbadas. Em meio a questionamentos sobre sua recente discussão com Trump, o líder ucraniano temeu que comentários depreciativos sobre sua liderança – que o acusavam de ditatorismo e desvalorizavam as façanhas dos soldados ucranianos – pudessem fragilizar o apoio essencial dos Estados Unidos em um cenário de guerra. “Quando estou nos EUA e políticos americanos dizem que a Ucrânia está quase destruída, que nossos soldados fogem do inimigo, que não somos heróis e que eu sou um ditador… qual é a reação que tenho?”, declarou Zelenski, defendendo a postura de seu governo e ressaltando a necessidade de uma amizade sólida com os americanos.

Em suas palavras, cada perda e cada número relacionado aos militares ucranianos são uma tragédia humana, refletindo a dura realidade vivida pelo país. “Cada número, cada vida importa, são pais, mães. Não é um conto de fadas”, pontuou o presidente, criticando veementemente as estimativas disparatadas sobre as baixas das Forças Armadas. Trazendo à tona a importância do comprometimento dos aliados internacionais, Zelenski expressou sua gratidão ao povo, ao governo e ao Congresso americano: “A Ucrânia sobreviveu por causa de vocês”.

No decorrer da conversa, o líder ucraniano reiterou que a responsabilidade pelo conflito é da Rússia, que invadiu o país em 2022, e que, para que um acordo de paz seja justo e duradouro, é imprescindível que o pacto inclua garantias de segurança. A presença de soldados estrangeiros na Ucrânia e a adesão a propostas como o acordo de minerais raros foram citadas como elementos essenciais para reforçar a posição ucraniana nas negociações com Moscou.

Zelenski Destaca o Papel Crucial dos EUA na Coalizão

Ao ser interrogado sobre se um pedido de desculpas seria pertinente após os atritos na Casa Branca, Zelenski evitou uma resposta direta, destacando que o desejo maior de seu país é alcançar a paz. Em um momento marcante, ele citou o renomado líder republicano Ronald Reagan, enfatizando que “a paz não é só a ausência de guerra” e que a Ucrânia precisa de apoio militar e financeiro para se posicionar de maneira firme no diálogo com a Rússia.

A entrevista, conduzida pelo âncora Bret Baier, também abordou críticas dos setores políticos tanto republicanos quanto democratas. Entre as questões levantadas, houve menção à proximidade de Trump com o líder russo, o que o presidente ucraniano prontamente descartou, afirmando: “Entendo que Trump quer ser um mediador. Mas eu gostaria que ele estivesse mais do nosso lado, porque foram os russos que trouxeram a guerra até nós. A culpa é deles.” Zelenski deixou claro que as relações entre os países vão além de divergências pessoais e que o apoio dos Estados Unidos é imprescindível para garantir a integridade e a segurança do país.

E a Renúncia de Zelenski?

Em resposta a sugestões de renúncia – como a defendida pelo senador republicano Lindsey Graham – o presidente ucraniano reforçou que qualquer decisão referente à sua posição deve ser tomada apenas pelo povo ucraniano, ressaltando ainda que sua permanência no comando é fundamental para as negociações. Essa entrevista reflete a crescente tensão e o jogo de xadrez diplomático no cenário internacional, onde a guerra entre a Ucrânia e a Rússia continua a fazer vítimas e desalojados(linha do tempo da guerra no link). O presidente Zelenski enfatizou que, “para a Ucrânia cada vida perdida é um peso na busca por um acordo de paz”.

As declarações de Zelenski à Fox News evidenciam não apenas as dificuldades inerentes à complexa relação com os Estados Unidos e as críticas recebidas de figuras como Trump, mas também reforçam a mensagem de que a Ucrânia, embora lutando contra uma potência mundial há três anos, segue determinada a buscar segurança e estabilidade através de acordos que garantam o apoio internacional e a integridade do seu povo.O presidente ucraniano Volodimir Zelenski enfatizou a necessidade de garantias de segurança e o apoio inabalável dos Estados Unidos em meio a críticas e conflitos diplomáticos, revelando um cenário de exigências sólidas para a construção de uma paz duradoura com a Rússia, que já rompeu 2 acordos de paz e “saiu ilesa”.